Marina diz que dados revelam “indícios” de desmatamento

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu nesta quarta-feira (30), em Sinop (MT), que, apesar de estarem corretos, os dados apurados pelo sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), que mostram aumento na devastação na Amazônia, indicam "indícios" de desflorestamento. "O Deter é um sistema diferente, não é para taxa de desmatamento, é para fiscalização.

Marina foi interrompida pelo governador Blairo Maggi (PR), que governa o Estado com o maior número de cidades consideradas desflorestadoras. Em meio às declarações dela, Maggi a apartou para dizer que "os dados de abril a setembro não estão corretos". "Preciso falar agora, senão, vou ficar com o chapéu na mão", justificou. Ele disse a Marina que o presidente do Inpe Gilberto Câmara, reconheceu o erro. A ministra do Meio Ambiente falou no saguão do Aeroporto de Sinop, no norte do Estado, a 500 quilômetros de Cuiabá, depois de fazer um sobrevôo na região, num helicóptero do Exército.

Marina voou cerca de uma hora a partir de Marcelândia, situada mais ao norte mato-grossense, na companhia dos ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Maggi juntou-se à comitiva em Marcelândia. Na chegada a Sinop, o grupo reuniu-se no saguão do aeroporto, sem a participação da imprensa. Depois, a ministra defendeu o Deter. "Até agora, essas informações têm sido acertadas." Marina afirmou que os dados apurados pelo Deter não são os mesmos do sistema Prodis, que estabelece a taxa de desmatamento.

"O Deter sinaliza os indícios de desmatamento para que possamos agir, preventivamente, em cima dessa sinalização." O que motivou a divulgação, segundo a ministra, foi a informação de que, até dezembro, a área desmatada na Amazônia chegaria a 7 mil quilômetros quadrados. "É uma forma de alerta. O desmatamento caiu de 2005 para cá e, se perdemos essa batalha, será ruim para todo mundo." Os dados foram usados para a elaboração do decreto que estabelece sanções para as propriedades que agirem de forma lesiva ao meio ambiente.

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