A ex-senadora e candidata presidencial na disputa do ano passado Marina Silva criticou a fala da presidente Dilma Rousseff em entrevista ao jornal O Estado de são Paulo em que disse que os licenciamentos ambientais precisam ter prazo, como uma forma de agilizar a execução de obras. “O problema das obras não tem a ver com o meio ambiente. Nós somos o eterno bode expiatório, o que não é justo”, disse Marina em evento na Câmara de Vereadores de São Paulo.
“Um projeto, para ser viável, deve responder a requisitos econômicos, ambientais, sociais e culturais. O gestor público não pode passar por cima dos requerimentos para facilitar as coisas”, defendeu a ex-senadora. Ela afirmou que a postura “republicana” de um gestor não é facilitar ou dificultar o andamento de obras, mas fazer com que elas sejam executadas da forma correta.
Marina mencionou brevemente o governo Fernando Haddad (PT) na apresentação, falando da polêmica em torno das faixas exclusivas para ônibus, que geraram desgaste à imagem do prefeito petista. “Foi uma polêmica muito grande, mas depois as pessoas vão entender que é boa (a política da faixa)”, disse. Ela argumentou que políticas boas devem ser defendidas mesmo por lideranças que estão em campos políticos opostos.
Meio Ambiente
Marina faz uma palestra para a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, falando de sustentabilidade. Ela foi convidada pelo vereador Ricardo Young, que é ligado ao projeto de partido da Rede Sustentabilidade, liderado por Marina. Ele é hoje filiado ao PPS.
A ex-senador defendeu que a agenda da sustentabilidade seja adotada não apenas pelo ministério e pelas secretarias de meio ambiente, mas por todo o governo. Ela afirmou que esse seria o caminho para “limpar” a matriz energética do País, que considera hoje “suja e vergonhosa”.