Marcos Valério nega tentativa de suborno a policiais

O empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, negou na sexta-feira (10) em depoimento à Polícia Federal que tenha tentado subornar policiais federais para favorecer a Cervejaria Petrópolis, num suposto esquema de corrupção ativa e passiva, fraudes fiscais e formação de quadrilha para extorsão de empresas com problemas com o fisco. Valério e outras 16 pessoas foram presas sexta-feira por ordem da Justiça Federal na Operação Avalanche, que aconteceu em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão nos três Estados.

De acordo com o advogado do empresário, Marcelo Leonardo, Valério prestou depoimento na Superintendência da PF em São Paulo, na sexta feira à noite, por volta das 22 horas, logo após ser transferido da PF de Belo Horizonte. O depoimento se estendeu até a 1h30 da madrugada deste sábado. “Ele esclareceu que não conhece nenhum dos policiais citados e que apenas indicou um advogado de um escritório de advocacia de Belo Horizonte para prestar assessoria jurídica à cervejaria”, disse.

O advogado disse que ainda não teve acesso total ao inquérito, o que deve ocorrer na terça-feira, dia 14, quando a Justiça Federal liberar a versão digitalizada do inquérito. Também na terça termina o prazo de cinco dias da prisão temporária de Valério. O advogado disse que não entrará com pedido de habeas corpus. E criticou a exposição na imprensa do caso de seu cliente: “Ele não é o alvo principal das investigações e já esclareceu que não teve nenhuma participação nesse esquema.”

A Praiamar Indústria, Comércio e Distribuição Ltda., do Grupo Cervejaria Petrópolis, divulgou nota na sexta-feira em que afirma não possuir qualquer contrato de trabalho com Valério e que está à disposição das autoridades para prestar qualquer tipo de esclarecimento. A empresa não comentou a multa de R$ 104,54 milhões aplicada pela Receita estadual por sonegação de impostos, fato que teria motivado a intermediação do empresário com o objetivo de desmoralizar os fiscais que haviam feito a autuação.