Marcha a pé pela reforma agrária

Anápolis – Os trabalhadores rurais que marcham desde Goiânia até Brasília para pressionar o governo por um Plano Nacional de Reforma Agrária retomaram ontem a caminhada, após um dia de descanso. De Anápolis, seguiram até o distrito de Bramópolis, onde dormiram. Ontem pela manhã, os manifestantes caminharam até Abadiânia. Ainda restam 100 km até a capital federal, onde o grupo espera chegar até o dia 21.

São cerca de 1,7 mil pessoas, vindas de pelo menos 12 estados e ligadas a diversos movimentos sociais de luta pela terra. O grupo saiu de Goiânia na terça-feira. Os manifestantes têm esperança de serem recebidos em audiência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A meta principal do movimento é o assentamento de 1 milhão de famílias durante a vigência do próximo Plano Plurianual (PPA), entre 2004 e 2007. “No ritmo que a coisa vai, não vão assentar nem 100 mil até o fim do governo Lula”, reclama Joselito Ferreira da Silva, um dos coordenadores da marcha, ligado ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, o MTL.

Além dessa meta, os trabalhadores têm uma lista extensa de reivindicações, como a recuperação de assentamentos, a desburocratização do acesso ao crédito e a revisão de normas para aquisição de terras para a reforma agrária, entre outras.

“Vamos lá, meu povo, que o Lula está esperando nós, quer saber que dia que nós chega!”, grita um dos que segue à frente das duas fileiras organizadas de trabalhadores, para animar o grupo. O dia de ontem transcorreu na marcha entre gritos de ordem, canções e brincadeiras. “Sabe como o mineiro faz aquela propaganda da cerveja, do ?Experimenta?? Ele diz ?Porva, porva!?”, conta o goiano ao mineiro.

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