O ato contra o aumento das passagens de transporte coletivo em São Paulo está sendo marcada por tumulto no centro da capital paulista, onde manifestantes e policiais militares se enfrentam. A chamada “tropa do braço”, da Polícia Militar (PM), escolta os black blocs. Os jovens vestidos de preto receberam orientações para ficarem juntos do ato para não serem presos.

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“Eles querem envelopar o black bloc, pegar todo mundo. Por isso, não podemos desgarrar. Se a PM pegar um, vai ter briga e é tudo que a polícia quer para aparecer na televisão”, afirmou um deles que usa um rádio para se comunicar com outros integrantes do ato, antes do tumulto.

Com o slogan “R$ 3,80 o povo não aguenta” em frente ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL), coletivos estudantis, secundaristas que participaram das ocupações em escolas, juventude de partidos políticos de esquerda e o Sindicato dos Metroviários iniciaram, às 17h desta sexta-feira, 8, o ato contra os reajustes nas tarifas de ônibus, trens e Metrô. A Polícia Militar levou três ônibus cheios de policiais para o Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú.

Segundo Vitor dos Santos, porta-voz do MPL, o foco da manifestação é a revogação dos novos preços que começam a valer neste sábado, 9. “Os políticos falam que a decisão é técnica, mas beneficia mais os empresários do que a população. Eles têm que tirar dinheiro dos ricos, não do povo que faz girar essa cidade. É o rico que tem que financiar o transporte e não o contrário.”

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Ao menos um policial militar e um manifestante ficaram feridos. O PM tinha o rosto ensaguentado, enquanto o manifestante foi aparado por colegas aparentemente com um ferimento na barriga.

A confusão começou na confluência da Avenida Tiradentes com a Avenida 23 de maio, sob o Terminal Bandeira, exatamente quando manifestantes ocuparam a Tiradentes no sentido da zona norte. Não se sabe ainda o que causou a confusão, mas a Polícia Militar jogou bombas de efeito moral.

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Um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi destruído por mascarados. O para-brisa foi quebrado e o retrovisor esquerdo foi arrancado a chutes. Um veículo ficou no meio da passeata, começou a dar ré entre os manifestantes e a polícia partiu pra cima quando eles pularam a mureta.

A confusão se espalhou pela Ladeira da Memória e nas entradas no Metrô Anhangabaú e do Terminal Bandeira. Várias pessoas se protegeram na entrada dos terminais. Policias militares usam bombas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo, enquanto manifestantes mascarados respondem com garrafas e pedras. Orelhão em frente ao Terminal Bandeira foi depredado.