Rio
– A Mangueira e a Beija-Flor emergiram da segunda e última noite do desfile das escolas de samba do Grupo Especial, do Rio de Janeiro, entre as favoritas para conquistar o título deste ano. A verde-e-rosa fez uma homenagem à sua velha guarda, principalmente a dona Zica, que morreu recentemente, emocionando o público no Sambódromo. Já a agremiação de Nilópolis levou para a Sapucaí um desfile marcado pelo luxo e pela exuberância.Um boneco gigante na festa da Tradição para Ronaldo. A noite do desfile começou debaixo de chuva, com a Tradição apresentando o enredo “O Brasil é penta, R é 9, O Fenômeno iluminado”, desfalcada do craque Ronaldo, o principal homenageado na tradução carnavalesca da conquista do pentacampeonato mundial de futebol. A chuva causou atraso de alguns minutos no início da apresentação, além de alguns problemas técnicos, mas o mau tempo não diminuiu a empolgação dos componentes da escola, que desfilaram com a garra e a alegria já transformadas em suas marcas registradas.
Na ausência de Ronaldo, que desistiu de pular o Carnaval para ajudar sua equipe, o Real Madrid, a assumir a liderança do campeonato espanhol, o principal destaque da escola foi a mãe do jogador, Sônia, que desfilou no carro alegórico dedicado a seu filho. Sônia, que sofre de hipertensão, emocionou-se com a homenagem e teve que receber atendimento médico ao final da apresentação.
Outros destaques do desfile foram a ginasta olímpica Daniele Hypólito e os anônimos componentes de uma ala, que chamaram a atenção por desfilar fantasiados de Ronaldo usando toucas que simulavam a cabeça raspada do astro de futebol. A segunda escola a desfilar foi a Mangueira, que apresentou o enredo “Os dez mandamentos: o samba da paz canta a saga da liberdade”, desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes.
Uma das agremiações mais populares do País, a Mangueira levantou o público nas arquibancadas, que não poupou aplausos e incentivos aos componentes da escola, que contavam a história de Moisés, a libertação dos hebreus no Egito e a milagrosa travessia do Mar Vermelho até a terra prometida. A velha guarda da Mangueira: um momento de grande emoção. Entre os destaques estava o dançarino Carlinhos de Jesus, que “levitou” no carro abre-alas, Império Faraônico, para simular o momento em que Moisés recebe de Deus a tábua com os 10 mandamentos.
Impulsionados pela voz poderosa do veterano puxador de samba Jamelão, o público cantou o samba-enredo da Mangueira durante todo o desfile, entoando gritos de “É campeã” ao final da apresentação.