São Paulo – O homem que mandou uma carta-bomba para a namorada em Bragança Paulista pode ser acusado também de pedofilia. A polícia encontrou no computador dele fotos de crianças praticando sexo com adultos e estuda se é possível denunciá-lo também por este crime. Não há mais dúvidas sobre a autoria da carta-bomba e já se sabe que ele planejou matar a namorada Andréa de Moraes antes mesmo de conhecê-la pessoalmente, por ciúme. A vítima teve a mão direita amputada, ficou cega de um olho e com marcas profundas no rosto, braços e seios. Laudo da perícia feita no computador do acusado, o desempregado Joaquim Machado da Silva, mostra que ele planejava matar a namorada desde dezembro de 2004, quando eles ainda não se conheciam pessoalmente. Andréa e Machado se conheceram via internet há dois anos. Segundo a polícia, Machado, que está preso, postou a bomba em uma agência dos Correios de Lajeado (RS), região onde morava. O acusado foi preso em Bom Retiro do Sul (RS) dois dias após o crime. A vítima deixou o hospital na semana passada. Em uma conversa no dia 13 de dezembro e localizada pela perícia, Machado diz a uma internauta que foi traído pela namorada virtual. ?Tenho o endereço dela e sei fazer carta-bomba?, diz Machado na mensagem, segundo a polícia.
Irritado, Machado desabafou com a amiga virtual: ?Eu preciso muito matar alguém para me sentir bem de novo depois dessa. Ela já mentiu… merece a morte. Ela é ex a partir de hoje: ex-namorada, ex-amiga e vai ficar melhor ex-plodida?, afirma em outro trecho. Cinco dias depois da conversa com a internauta em que planejou o atentado contra a namorada, Machado deu início às pesquisas sobre como fabricar bombas, segundo a polícia. O acusado conversou via internet com um homem que indicou sites sobre a produção de bombas. Machado também consultou um site americano sobre o mesmo assunto. Para a polícia, as provas técnicas já são suficientes para apontar a autoria do crime. ?Não temos mais nenhuma dúvida de que foi ele (Machado) o autor da carta-bomba que feriu a servidora municipal Andréa de Moraes?, diz o delegado Fernão Dias da Silva Leme, da Delegacia de Investigações Gerais de Bragança Paulista e que comanda as apurações. ?Além do exame grafotécnico, que confirmou ser dele a caligrafia na carta-bomba, temos também as declarações dele na conversa com uma internauta. Lá ele deixa muito claro que pretendia matar Andréa por questão de ciúme. O que impressiona é a frieza com a qual ele trata da morte da namorada, mesmo antes de conhecê-la pessoalmente. O que só aconteceu uma semana depois da conversa, quando ele esteve pela primeira vez em Bragança?, disse o delegado. Quanto à acusação relacionada com as fotos pornográficas encontradas no computador, o delegado afirma que vai estudar a questão jurídica antes de formalizar a acusação.