Mais suspeitas pesam sobre Henrique Meirelles, do BC

São Paulo – Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que foi acusado de sonegação em reportagem da revista IstoÉ, pode ter suas propriedades pessoais envolvidas em novas irregularidades. A revista Veja afirma que teve acesso a documentos que podem trazer questionamentos diferentes sobre como a fortuna pessoal de Meirelles é administrada. A reportagem da Veja diz que encontrou procurações de Meirelles para o engenheiro Marco Túlio Pereira de Campos, primo do diretor. O engenheiro foi detido, em maio deste ano, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando embarcava para Brasília por levar R$ 32 mil na bagagem. Campos identificou-se como parente do presidente do Banco Central e disse que o dinheiro era fruto de uma transação imobiliária realizada em São Paulo envolvendo um dos bens de seu primo. A afirmação foi confirmada por procurações de Henrique Meirelles que lhe davam poderes para representá-lo junto a instituições municipais e estaduais de Goiás e a dois órgãos da União: Receita Federal e Procuradoria da Fazenda Nacional. A revista ainda teve acesso a dois contratos societários e uma escritura de compra de uma chácara na cidade de Anápolis, em Goiás, feita por Henrique Meirelles da empresa Silvania Empreendimentos e Participações Limitada. A Silvania pertenceria a outras duas firmas, nomeadas Silvania One e Silvania Two, com sede em Wilmington, nos Estados Unidos. As duas empresas são de Meirelles. Segundo a Veja, Meirelles, como pessoa física, comprou um bem que já lhe pertencia, na qualidade de pessoa jurídica, através da Silvania Empreendimentos. Esse tipo de operação não seria ilegal, mas serviria para tornar visível aos olhos do fisco um bem que, até então, estava oculto. Meirelles afirma que a compra da chácara foi feita em 2002 e lançada, no mesmo ano, em seu imposto de renda, entretanto a escritura de compra e venda só foi lavrada em março de 2004, quando já ocupava o cargo no Banco Central.

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