Mãe é impedida de ver filha em UTI de hospital em Porto Alegre

Uma decisão judicial impede que uma menina de 2 anos e 2 meses seja acompanhada pela mãe na UTI pediátrica de um hospital em Porto Alegre. Neusa Padilha não pode ver a filha Valentina Morretti no hospital particular Moinhos de Vento, depois de desentendimentos que culminaram na decisão judicial. Apenas o pai, Edson Morreti, é autorizado a visitá-la.

Conforme o hospital, atitudes inadequadas da mãe fizeram com que ela passasse a ser barrada na entrada e impedida de visitar a filha. Segundo Neusa, a limpeza de um aparelho de ar condicionado acirrou ainda mais os ânimos, já exaltados. A demora da instituição em limpar o equipamento instalado na UTI fez com que a própria mãe fizesse o serviço.

O hospital garante que o aparelho foi danificado. “O Hospital Moinhos de Vento restringiu o direito de visita da Sra. Neusa Padilha, com respaldo de decisão judicial. Tal restrição tem embasamento legal e objetiva a segurança de todos os pacientes da UTI Pediátrica, inclusive da menor em questão. O pai da menor permanece liberado para visitar e estar com a paciente. O processo judicial mencionado tramita em segredo de justiça”, explica a instituição por nota.

Por outro lado, segundo a advogada da família, Gisele Dias, uma dívida que já chega a R$ 397 mil reais faz com que a instituição não aceite mais a menina. “O hospital está irredutível. E a família não consegue transferência.” Conforme a advogada, os ânimos se acirraram quando os pais de Valentina recusaram uma transferência para um hospital em São Paulo, por não terem dinheiro para arcar com transporte e acomodação. “Eles tentaram um hospital em Fortaleza, onde têm parentes, mas não conseguiram vaga para a menina.”

Agora, o caso está na Justiça, que, em um primeiro momento, se posicionou a favor do hospital. “Essa criança não tem data para alta. E se ela ficar mais dois anos internada, vai permanecer todo esse tempo sem ver a mãe? A menina vai perder a referência de mãe”, lamenta a advogada.

Valentina sofre de uma doença pulmonar chamada pneumopatia fibrosante crônica. Ela precisa de auxílio para respirar e não tem data para receber alta, já que uma das poucas alternativas é um transplante de pulmão.

A família tenta nas redes sociais angariar fundos para a instalação, em casa, de toda a aparelhagem a que Valentina precisa ficar conectada em um leito de UTI.

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