Lula vai ser punido se tiver culpa, afirma o ministro

Foto: Cíciro Back/O Estado

Mello: ?Se houver culpa, aí se terá conseqüências?.

 O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será punido se tiver culpa no episódio do dossiê contra tucanos. ?Como dito até por Sua Excelência, o presidente da República, todos estão submetidos à ordem jurídica brasileira. E se houver culpa, aí se terá conseqüências?, disse o ministro durante entrevista coletiva na sede do TSE, em Brasília. Atualmente, tramita no TSE uma investigação para apurar as responsabilidades em relação ao dossiê. Um dos investigados é Lula.

Marco Aurélio acredita que não haverá caixa dois na eleição deste ano, ao contrário do que ocorreu em 2002. ?O que concluímos e não podemos ser ingênuos é que em 2002 houve recursos não contabilizados. Já agora, em 2006, não, tendo em conta a quadra vivida no Brasil, em que mazelas não são mais escamoteadas?, disse. ?Até mesmo os doadores que doavam por debaixo do pano, e aí estou me referindo especificamente ao caixa dois, estiveram em 2006 mais espertos. O que é muito bom em termos de avanço cultural?, afirmou Marco Aurélio.

O ministro fez o comentário ao ser indagado sobre o fato de Lula e Alckmin terem previsto gastos muito superiores aos declarados pelos candidatos ao Palácio do Planalto em 2002, apesar de a legislação recente ter supostamente barateado as campanhas, impondo uma série de proibições, como a realização de showmícios. Em 2006, Lula preveu um limite de gastos de R$ 115 milhões. Alckmin, R$ 95 milhões. Em 2002, o petista declarou ao TSE ter gasto R$ 33,7 milhões e seu então adversário, José Serra, R$ 34,4 milhões.

Marco Aurélio pediu que os eleitores votem de forma consciente neste domingo. Ele alertou que os brasileiros têm de buscar ?dias mais felizes?. ?É preciso que cada eleitor compreenda que o ato de votar terá repercussões nas respectivas vidas, em termos de emprego, habitação, saúde, segurança e custo de vida?, disse. O ministro voltou a defender ontem o fim da possibilidade de reeleição. Ele anunciou que até as 23 horas de domingo a Justiça Eleitoral já deverá ter apurado 99% dos votos.

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