Lula vai mexer pouco no ministério

Santa Cruz de la Sierra

– O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de sexta-feira, durante a 13.ª Cúpula Iberoamericana, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Apesar de ter afirmado que “não falou de política?? com Lula, FHC deixou escapar que não sentiu no presidente disposição de fazer uma grande reforma ministerial.

“Ele já disse a todo mundo o que vai fazer, que ele vai com calma e não vai fazer nada acelerado??, afirmou Cardoso. “(Ele)não está aí numa corrida para mudar ministério. Tudo que está acontecendo depende um pouco do andamento das reformas. Não vi o presidente Lula com vocação de cortar muita gente agora.??

FHC disse que a conversa foi “entre dois velhos amigos?? e que, como tal, não podia ser relatada. “Pega mal contar??, afirmou. Ele contou que entregou ao presidente o texto que ia apresentar na reunião entre líderes iberoamericanos. “É relativamente simples o que vamos discutir amanhã??, afirmou.

O ex-presidente contou que ele e Lula conversaram sobre os Estados Unidos, “porque estou nos Estados Unidos??. “Disse a ele que nos últimos meses que passei lá não vi nenhuma referência à Alca. Na TV, nos jornais, nada. Agora, sim, o Congresso (está) debatendo.??

“Não sei se os americanos (são) contra, mas setores influentes (são) por causa da questão do emprego. Eles vêem tudo isso como perda de emprego para os Estados Unidos, então é uma coisa um pouco paradoxal. A gente ouve aqui na Cúpula populares contra a Alca e lá nos Estados Unidos também. Os grupos de direita contra a Alca. Então é muito esquisito.??

Perguntado se os ponteiros entre ele e Lula estavam acertados, Cardoso respondeu: “Os pessoais sempre estiveram bem e continuam ótimos??. Sobre os ponteiros políticos, tergiversou: “Mas não falei de política??.

Polêmica

A proposta de criação de uma secretaria geral da Cúpula Ibero-Americana, apresentada pelo ex-presidente FHC, encontrou resistência entre vários dos representantes da organização, durante a discussão do documento. O Brasil não se posicionou contrariamente, mas entende que o tema deve ser objeto de uma avaliação mais profunda. O ex-presidente, que assina o documento intitulado “Informe Cardoso”, não considerou as críticas relevantes, alegando que esta é uma decisão a ser tomada somente no próximo encontro, a ser realizado na Costa Rica.

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