Lula vai assumir com caixa de 90 bilhões

A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá um caixa com saldo próximo a R$ 90 bilhões, informou ontem o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia. Desse total, perto de R$ 41 bilhões são reservados para o pagamento da dívida, compondo o chamado colchão de liquidez. “É uma posição bastante sólida e confortável”, afirmou o secretário.

Nos primeiros três meses de 2003, vencem no total R$ 44,8 bilhões em títulos públicos. Serão R$ 6,2 bilhões em janeiro, R$ 22,2 bilhões em fevereiro e R$ 16,4 bilhões e março. Ou seja, o valor em caixa destinado ao pagamento da dívida praticamente cobre todo o vencimento, mesmo na hipótese extrema de o governo Lula não vender um único título nesse período.

Além disso, já está previsto que ingressarão cerca de R$ 8,6 bilhões no caixa federal no período de janeiro a março, referentes aos retornos de empréstimos feitos pelo governo federal e da remuneração sobre aplicações feitas com recursos da conta única.

Além disso, o futuro ministro da Fazenda, Antônio Palocci, poderá quitar parte da dívida com o superávit primário que obtiver no período. Num cálculo conservador, Guardia acha que esse superávit será próximo a R$ 8 bilhões.

Não haverá dificuldades para pagar a dívida, acredita o secretário, porque o mercado de títulos públicos está voltando à normalidade, após um período de intensa turbulência provocada pelo cenário internacional adverso e pelas incertezas associadas ao processo eleitoral no País. Em junho, o Tesouro conseguia vender, em média, R$ 658 milhões em títulos federais por semana. Em julho, a média caiu para R$ 562 milhões. Nas últimas oito semanas, porém, a média de colocações atingiu R$ 6 bilhões por semana. “Podemos falar que o mercado está normalizado”, comentou Guardia.

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