Lula quer igualdade entre todos os países do mundo

Brasília

– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, ontem de manhã, durante a videoconferência “Annual Bank Conference on Development Economics in Europe”, evento do Banco Mundial iniciado em Paris, a igualdade de oportunidades para todos os países. “As economias em desenvolvimento precisam ter a chance de exercer com plenitude sua competitividade nas atividades econômicas onde conquistaram, ou vierem a adquirir, capacidade de concorrência”, disse.

“No entanto, a realidade é que enfrentam a imposição de pesadas barreiras tarifárias e não-tarifárias, além de outros mecanismos que distorcem o comércio, justamente em muitos bens e serviços nos quais se mostram aptas a contribuir para a prosperidade global. O comércio dos bens agrícolas é um bom exemplo”, disse Lula.

Para Lula, é preciso acabar com as práticas protecionistas que prejudicam, principalmente, os países em desenvolvimento. “Não soa bem dizer que há igualdade de oportunidade em um mundo no qual as economias em desenvolvimento, após conquistarem sua competitividade com perseverança e sacrifício, deparam-se com guerras de subsídios e outros meios artificiais de defesa comercial contra seus produtos”, disse.

Lula lembrou que, após a Segunda Guerra Mundial, os países ricos souberam reduzir as barreiras ao comércio e aos investimentos nos setores a partir dos quais construíram seu desenvolvimento econômico. “É chegada a hora de estenderem a isonomia de oportunidades, ao invés de retirarem a escada, depois de terem alcançado o patamar superior do desenvolvimento econômico. É necessário superar a falta de coerência e reunir o esforço do livre comércio pregado por países avançados de práticas, muitas vezes, protecionistas em relação aos produtos de interesse dos países em desenvolvimento”, disse.

O presidente afirmou que os países em desenvolvimento devem assumir sua responsabilidade, principalmente no que diz respeito ao enfrentamento das desigualdades e das injustiças sociais e ao aprimoramento das instituições necessárias ao bom funcionamento de suas economias. “Foi com essa consciência que, no Brasil, nosso governo estabeleceu um programa econômico que combina responsabilidade macroeconômica com responsabilidade social. Mais do que isso, desde o início, pratica uma ação coerente, cujo fim é o crescimento econômico com eqüidade social”.

Segundo Lula, as reformas tributária e previdenciária, encaminhadas ao Congresso foram elaboradas com a preocupação de conciliar garantia de solidez fiscal nos próximos anos, eficiência econômica e perfil menos desigual na distribuição da renda e da riqueza. “O Brasil assumirá suas responsabilidades internas e externas, mas, no campo internacional, é fundamental que cada um faça a sua parte”.

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