Lula inaugura política de caixeiro-viajante

A determinação do governo brasileiro de aumentar as exportações para a Europa e em especial para a Alemanha foi um dos principais assuntos nos encontros que o presidente Luiz Inacio Lula da Silva manteve ontem com o presidente Johannes Rau e o chefe de governo alemão, Gerhard Schroeder. Lula pretende levar adiante, com firmeza, sua intenção de aumentar as exportações.

Berlim – As relações Brasil-Alemanhã caracterizam-se por “denso, diálogo no plano governamental em níveis diferenciados de interlocução e sólida parceria econômica, principalmente no setor industrial, com investimentos diretos de US$ 15 bilhões, além de fluxo comercial de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões ao ano”. A visita de Lula à Alemanha dá inicio à implementação da política que o presidente chamou recentemente de “diplomacia de caixeiros-viajantes”, em que cada embaixada brasileira nos diversos países volta-se firmemente para esse proprósito.

No caso da Alemanha, a balança comercial registrou em 2002 déficit, no lado brasileiro, de US$ 1,5 bilhão. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3,5 bilhões, enquanto a Alemanha vendeu US$ 5 bilhões. No início da noite, Lula se reuniu com representantes da comunidade brasileira no país e, depois, foi o principal homenageado de Schroeder, que ofereceu um jantar em seu apartamento privado, na Chancelaria Federal.

Em seus dois primeiros compromissos oficiais na Alemanha, Lula manteve conversações com o deputado Lothar Mark, vice-presidente do Grupo Parlamentar Teuto-Brasileiro, e, à tarde, foi recebido com todas as honras pelo presidente alemão, Johannes Rau no Palácio Bellevue, de Berlim. Nas conversações com Lula, Mark defendeu o prosseguimento das negociações entre o Mercosul e a União Européia, com ênfase no apoio à reivindicação brasileira do fim das barreiras agrícolas.

O deputado, que é do Partido Social-Democrata (PSD), o mesmo do chefe do governo, Gerhard Schroeder, e do presidente Rau, disse ainda que “a Alemanha quer ser uma porta-voz na defesa do Brasil nos países da União Européia”. Referindo-se às negociações com vistas à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o deputado alemão disse que seu país pretende reforçar as posições defendidas pelo Brasil, de um maior equilíbrio nas relações comerciais, no Hemisfério Ocidental.

“O Brasil é o único país latino-americano capaz de enfrentar os Estados Unidos (à mesa de negociações) e de defender os interesses da região”, acrescentou. Sobre a possibilidade de os Estados Unidos iniciarem uma guerra contra o Iraque, Mark afirmou que Brasil e Alemanha são da mesma opinião em relação ao conflito ambos só admitem uma ação militar armada no Oriente Médio com autorização da Organização das Nações Unidas.

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