Lula garante que não vai faltar gás para veículos

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta segunda-feira (5) que o brasileiro não corre o risco de ficar sem gás para abastecer seu veículo. E anunciou que irá à Bolívia tratar do assunto com o presidente Evo Morales.

?Não, não corre risco?, afirmou ao falar com a imprensa logo após a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Internacional Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no Palácio do Planalto.

?Ninguém colocou um tamborzinho de gás no seu carro porque quis, ou seja, houve incentivo para que a pessoa fizesse aquilo. Portanto, vamos ter que fornecer e garantir tranquilidade das pessoas [que têm carro movido a gás]?.

O presidente Lula admitiu que o Estado brasileiro terá de fazer muitos investimentos no setor. ?A Petrobras está investindo muito para que a gente possa ter auto-suficiência em gás. É por isso que estamos trabalhando com muito afinco para a construção de todos os gasodutos ligando o Brasil de Norte a Sul?, disse Lula.

O presidente anunciou que irá a La Paz, na Bolívia, no mês que vem para tratar disso com o presidente Evo Morales. ?Eu marquei com Evo uma viagem a La Paz no dia 12 de dezembro, e penso que vai acontecer aquilo que nós queremos que aconteça, ou seja, que o Brasil viva tranqüilo na sua relação com a Bolívia e a Bolívia com o Brasil. Todos nós sabemos que a Petrobras tem que fazer investimentos para que a gente possa ter mais garantia de que a Bolívia vai ter mais gás para exportar não apenas para o Brasil, mas para seu uso interno, para a Argentina…"

Lula mencionou também o gasoduto em parceria com a Venezuela. "Estamos também discutindo o projeto de gasoduto com a Venezuela, ou seja, estamos fazendo aquilo que precisa ser feito para garantir que o Brasil tenha a tranquilidade energética no futuro, eu diria, bastante longo?.

Lula disse ainda que o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, participará de uma reunião de trabalho amanhã (6) na Bolívia, com representantes do setor, para discutir o assunto.

No final de outubro, a Petrobras limitou a entrega de gás natural nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A estatal alegou que há mais de um ano, as empresas retiravam combustível além do previsto nos contratos e que a redução da entrega era necessária para atender aos demais contratos e garantir a geração de energia elétrica das usinas a gás natural, conforme termo de compromisso assinado pela estatal com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em maio deste ano.

Especialistas como Giuseppe Bacoccoli, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmam que o consumo de gás natural no Brasil está acima da capacidade de produção e que o abastecimento só deve ser normalizado a partir de 2010, quando entram em produção novos poços da Petrobras, na bacia do Espírito Santo.

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