Washington
– O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, antes de embarcar para o México, que a situação na Venezuela o preocupa e que é necessária “uma saída pacífica e democrática” para resolver o “conturbado” momento político e institucional que enfrenta o presidente Hugo Chavez.“Estou convencido de que, se precisar, o Brasil pode ajudar. Acho que o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, que ainda tem alguns dias no governo, pode ajudar. Nós vamos fazer de tudo para que a Venezuela tenha uma saída pacífica e democrática”, afirmou Lula, em rápida entrevista na residência oficial do embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa.
Segundo Lula, a situação da Venezuela neste momento pode ser prejudicial para todos os países latino-americanos. “O que eu acho é que não pode continuar essa pressão, porque o resultado pode ser ruim para todo o mundo”, disse. Lula disse que conversou, anteontem, por telefone, com Hugo Chavez, e lhe recomendou que falasse com o presidente Fernando Henrique sobre como o Brasil pode contribuir para evitar o recrudescimento da crise na Venezuela.
O presidente eleito ressaltou que as medidas de apoio à Venezuela serão adotadas se o presidente Hugo Chavez disser claramente que tipo de ajuda pretende obter. Lula informou ainda que convidou Chavez para ir à sua posse em 1.º de janeiro.
Lula e Fox
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do México, Vicente Fox, almoçaram ontem na parte privada da residência oficial do governo mexicano. Segundo nota oficial Lula e Fox decidiram, durante reunião de trabalho, trabalhar juntos por uma nova etapa das relações entre o Brasil e o México, com base em ações que têm como objetivo incrementar o intercâmbio econômico e promover maior aproximação política. Segundo a nota, Lula e Vicente Fox concordaram sobre excelente nível que as relações bilaterais alcançaram nos últimos anos, que fortaleceram por meios de contatos políticos multilaterais e regionais. A nota lembra, ainda, que o Brasil é o principal parceiro do México na América Latina e no Caribe, uma vez que representa 22,6% do comércio praticado na região. Em 2001, o comércio bilateral foi de US$ 2,686 milhões e, só no primeiro semestre deste ano, alcançou um montante de US$ 1,118 milhões.