Uma semana depois do acidente com o Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas, que deixou 199 mortos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou que tem medo de andar de avião. Ao dar posse ao novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o presidente disse que fazia a confissão publicamente por não ver vergonha nenhuma em se definir como ?medroso? quando o assunto é avião.
Foi a segunda vez em que o presidente escancarou esse temor desde o início da crise aérea, há dez meses, quando um Boeing da Gol se chocou com um jato Legacy, deixando 154 mortos. ?Toda vez que o avião fecha a porta, eu entrego a minha sorte a Deus?, disse Lula. ?Eu estou na mão de um comandante que é um ser humano, de uma máquina ultramoderna, mas que é uma máquina, estou na mão de um controlador que diz quando eu devo parar ou não – e estou na mão das intempéries, que nem sempre o ser humano consegue controlar.
Lula comentou que nesses dez meses de crise ficou com cabelos mais brancos. E mais uma vez pediu que as pessoas aguardem o fim das investigações sobre o acidente em Congonhas, condenando julgamentos precipitados e ?disputas menores?.
Desde o acidente, o Planalto e a oposição travam uma guerra de versões sobre as suas causas. ?Não se pode transformar tragédias em penas de morte?, conclamou o presidente. ?Nós precisamos (…) sofrer menos internamente e aproveitar esses momentos para tirar lições.? Lula pediu a Jobim que visite o Aeroporto de Congonhas. Prometeu, ainda, que ele terá os recursos necessários para mudar o sistema aéreo.
