Lula e PT sufocam oposição ao PL

Brasília

(Das agências) ? Como havia prometido, a senadora Heloísa Helena renunciou à candidatura ao governo do Estado de Alagoas, recusando a aliança do Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL) em nível regional, e abrindo, com sua atitude, uma crise nas negociações com o partido do senador José Alencar, companheiro de chapa de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha para as eleições presidenciais. Heloísa Helena decidiu abandonar a disputa sob a alegação de que o PL em Alagoas é representado por pessoas que apóiam o ex-presidente Fernando Collor de Melo, que também disputará o governo estadual.

Em discurso na noite de terça-feira, na tribuna do Senado, a senadora disse que o problema em Alagoas é o limite ético que o PT tem que manter na eleição. “O PL em Alagoas é formado por coloridos – uma referência a aliados de Collor -, usineiros e indiciados na CPI do Narcotráfico”, disse. A senadora ainda deu mais uma chance ao PT e admitiu voltar atrás em sua decisão, caso a direção nacional do partido consinta em suspender a aliança com o PL em Alagoas. “Mas talvez a minha candidatura não seja significativa para o PT”, reclamou. A direção executiva do PT, no entanto, já reiterou que a aliança em Alagoas é uma exigência do PL e que não pode fazer nada por Heloísa Helena, nesse sentido.

A executiva regional do PT deve anunciar hoje se apresenta outro nome. Caso a senadora mantenha a desistência da sua candidatura, o nome mais cotado para substituí-la é o do engenheiro Judson Cabral, vereador de Maceió (PT). Além de Alagoas, os Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte também se manifestaram contrários à coligação com o PL. Mas foram logo enquadrados.

O único Estado a permanecer rebelde foi o comandado pela senadora Heloísa Helena. Além de Alagoas, o PT e Lula estão com um outro problema: trata-se do Rio de Janeiro, onde Lula já está atrás de Anthony Garotinho (PSB), de acordo com pesquisa feita pelo GPP nos dias 22 e 23 de junho. Garotinho passou para 31,4% no estado, enquanto Lula ficou em 30,7%. A preocupação é que o estado deveria ser um reduto petista e se apresenta como um eventual problema. Um exemplo disso é a governadora Benedita da Silva, que registrou uma espetacular queda de 33,7% para 21,6% em junho.

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