Lula e Palocci estão comigo, diz Meirelles

Rio ? O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que está tranqüilo e não teme as denúncias publicadas no fim de semana pelas revistas Veja e IstoÉ. Meirelles disse que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Antônio Pallocci, seus superiores.

Meirelles afirmou que estava na China quando seu cunhado foi detido no aeroporto com R$ 32 mil em dinheiro vivo. Meirelles diz que, assim que voltou ao Brasil, foi ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, e explicou: vendeu para o sócio a parte de um imóvel que tinha em Piracicaba. Segundo o presidente do BC, o sócio quis pagar em dinheiro e o cunhado não tinha tempo para levar o dinheiro à agência bancária. Viajou para Goiânia onde depositou na conta do presidente do BC. Não houve qualquer ônus para o erário.

Henrique Meirelles admite que comprou um imóvel em Goiânia em nome da sua pessoa jurídica e depois comprou de novo como pessoa física. Ele explicou que, quando sua tia e madrinha pediu que ele comprasse a chácara para ficar na família, estava no exterior e não tinha CPF no Brasil. Quando veio morar aqui, passou para o nome dele. Meirel-les explicou que está desativando uma empresa com sede no exterior que administrava seus bens no Brasil e que por isso abriu outra para fazer o mesmo trabalho.

O presidente do BC afirma que não houve alteração patrimonial. Garante que em nenhum caso houve tentativa de não pagar impostos. A maior parte do seu patrimônio está no exterior, onde fez carreira. O banco que presidia administrava US$ 100 bilhões de bens dos correntistas e, por isso, ele sempre esteve sob a vigilância das autoridades bancárias e fiscais americanas.

Quem saiu ontem em defesa do presidente do Banco Central foi o presidente nacional do PT, José Genoino. Ele disse que está convencido de que as denúncias de suposta sonegação fiscal e de evasão de divisas contra Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, são obras da oposição, que tenta se firmar no País. Genoino afirmou estar convicto de que eles darão as explicações necessárias sobre as denúncias, divulgadas no fim de semana pelas revistas Veja e Isto É.

“A oposição sempre vai fazer isso. Ela foi derrotada em todo o seu discurso ao longo deste um ano e oito meses, seja no aspecto econômico, no ético ou no social. Agora eles ficam pegando qualquer coisa para tentar se firmar como oposição”, disse o presidente nacional do PT.

Denúncias agitam o Congresso

Brasília – O Congresso Nacional retoma as atividades nesta semana sem ter resolvido o seu principal problema: a queda-de-braço pelo comando das presidências da Câmara e do Senado. Durante o recesso, o governo tentou fechar um acordo para arquivar definitivamente a emenda da reeleição. Não deu certo.

Além dessa disputa, que está rachando ao meio a base governista, a oposição vai utilizar os holofotes de Brasília para colocar na pauta do Congresso dois temas com grande potencial de desgaste ao Planalto: a denúncia de que o Banco do Brasil contribuiu para um show, cuja renda foi revertida ao PT, e a notícia de que os presidentes do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb, não declararam à Receita Federal movimentações financeiras no Brasil e no exterior.

O presidente Lula sabe que, mais do que nunca, vai precisar de uma tropa de choque no Senado, principalmente na volta do recesso. Diferentemente do que se imaginava, o noticiário durante o recesso parlamentar trouxe denúncias contra o governo e o PT. A oposição promete cobrar explicações ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares, sobre a sua influência no Banco do Brasil para conseguir patrocínios ao show cuja renda serviu para o partido comprar a sede própria. Também estão na mira de tucanos e pefelistas Henrique Meirelles e Cássio Casseb, principalmente depois das novas denúncias neste fim de semana.

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