Lula e Duhalde: mais força para o Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, acertaram ontem, durante reunião no Palácio do Planalto, “uma série de iniciativas” para fortalecer o Mercosul. No encontro, os dois governantes reafirmaram o compromisso de consolidação da união aduaneira. Para avançar em direção a um mercado comum, pediram a representantes dos quatro países para examinar os passos necessários para a possível criação de uma moeda comum, “inclusive a convergência de metas fiscais, monetárias e de inflação e a harmonização de indicadores macroeconômicos”.

A informação consta em nota distribuída pela assessoria da Presidência. “Determinaram igualmente que se realizem estudos sobre a utilização de moedas nacionais no comércio bilateral”. Para o argentino, uma moeda comum no bloco econômico é hoje o “sonho” de muitos povos do Mercosul. Lula e Duhalde querem que até 30 de abril os quatro países do bloco apresentem sugestões para formular regras de administração da tarifa externa comum (TEC), que incide sobre as importações. Brasil e Argentina comprometeram-se a favorecer a redução significativa das unilateralidades na aplicação da TEC.

No campo social, os presidentes instruíram seus ministros a definirem, em curto prazo, um programa de cooperação bilateral no campo do combate à fome e à pobreza. Os dois governantes assinalaram a promoção da agricultura familiar, a pesca e a implementação de políticas eficazes de saúde, emprego, educação e direitos humanos, com respeito ao meio ambiente, como focos de ação.

Após o almoço oferecido a Duhalde no Palácio do Itamaraty, Lula fez um rápido discurso elogiando o colega argentino. Lula disse que sob o comando de Duhalde a Argentina conseguiu derrubar “uma a uma” todas as previsões pessimistas sobre sua economia, caminhando em direção à estabilização e combatendo o empobrecimento da população. Lula prometeu fornecer detalhes em breve, mas adiantou que os ministros do Brasil e da Argentina vão se reunir de forma mais constante. “O Mercosul precisa ser praticamente reconstruído”, declarou Lula, defendendo uma aliança que pense não só nas oportunidades comerciais, mas leve em conta a riqueza cultural, as políticas sociais e as relações políticas dos países membros. “

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