Lula diz que FHC deixou porto à míngua no Paraná

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um discurso pontuado por críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso, na sexta-feira, no Mato Grosso do Sul, comparou o comportamento da oposição ao de ex-maridos e de ex-mulheres. E aproveitou para dizer que o governo FHC não investiu no Paraná, como devia, para evitar problemas. “Tem gente no Brasil que é como ex-marido ou como ex-mulher, que não quer que as pessoas tenham um novo casamento e sejam felizes. O ex-marido fica torcendo: “Tomara que ela faça com ele o que fazia comigo”. A mulher fica falando: “Tomara que ele faça com ela o que fez comigo”. Ou seja, no Brasil, tem isso, os “ex” que não se conformam de ter alguém que possa fazer mais do que eles.”

Lula disse que vai provar, ao fim de seu mandato, ter cumprido as promessas de campanha. E deu exemplos de boas práticas de gestão ocorridas no seu governo. “Há oito anos, não foram feitas nos portos [de Santos e de Paranaguá] as dragagens necessárias. Sem isso, os navios não conseguem carregar, porque o casco bate no chão. É esse país que estava escondido, é esse país que a imprensa não divulgava, porque nesse país se criou um consenso, um pensamento único. Estava tudo tão bom até descobrirmos que não estava tão maravilhoso em várias áreas.”

As críticas do presidente encontraram ressonância no Paraná. O governador Roberto Requião disse ontem, em Paranaguá, que vai comprar uma draga para que o próprio porto faça os serviços de dragagem.O governo vai abrir licitação para comprar o equipamento. “Tenho certeza que o presidente Lula vai acabar com a farra dos exploradores da dragagem”, disse Requião.

No ano passado, a administração do porto cancelou contrato com uma empresa de dragagem, firmado pelo governo anterior. A empresa contratada não mantinha a draga em Paranaguá e alegava que, quando fosse necessário, deslocaria o equipamento para o Paraná. O contrato previa que a empresa manteria um calado de seis metros, insuficiente para o porto, que necessita de pelo menos dez metros. Quando chamada, a empresa solicitou um adicional de R$ 1,5 milhão para realizar os quatro metros restantes. O Governo estadual não aceitou a proposta e cancelou o contrato, determinando pesquisa no mercado para contratar uma nova empresa.

“Curiosamente, o preço tradicional foi onerado em quatro vezes por todas elas”, disse o superintendente do porto, Eduardo Requião. O preço normal de US$ 1 por metro cúbico subiu para US$ 4,20.

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