Lula anuncia vigoroso ciclo de desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, data em que comemorou seu aniversário e um ano de eleição, que o País deve iniciar um “novo, vigoroso e duradouro ciclo de desenvolvimento”. Segundo o presidente, entre 1930 e 1980, o País cresceu a uma taxa média de seis por cento ao ano.

São Paulo – “Podemos abrir um novo período de expansão, distinto daquele, pois agora queremos distribuir renda e expandir a democracia”, disse o presidente durante abertura do 22.º Congresso da Internacional Socialista, em São Paulo. A economia começa a dar sinais de recuperação depois de ter sofrido uma retração no primeiro semestre deste ano. Lula disse que é preciso novas relações internacionais que permitam um mundo mais democrático e menos desigual e voltou a criticar as barreiras comerciais impostas pelos países ricos.

“Há economias que pregam livre comércio, mas praticam intensamente o protecionismo… Querem liberalizar serviços, investimentos, propriedade intelectual e compras governamentais, mas utilizam cotas e medidas anti-dumping para proteger setores ineficientes de suas economias”, disse Lula em uma clara alusão à negociação da Área de Livre de Comércio das Américas (Alca).

“Nossa soberania foi e é ameaçada. Em nome de uma integração necessária do Brasil no mundo, governantes tornaram nosso País extremamente vulnerável aos movimentos dos capitais especulativos e às pressões das forças políticas que os sustentam”, disse o presidente. Lula lembrou que, há um ano, estavam todos em seu partido apreensivos, mas certos que a vitória na eleição era inevitável. “Minha eleição para presidente, que hoje completa um ano, não é uma vitória de um homem nem de um partido, é de um movimento”, disse o presidente.

Segundo ele, sua vitória criou expectativas internas e externas e que ele sabe do peso dessa responsabilidade. “Governar quatro anos não é uma corrida de 100 metros, em que você tenta resolver tudo em 10 segundos, é uma maratona, que tem que ter estratégia.”

Lula lembrou ainda que, em seu discurso de vitória, disse que sua prioridade era o combate à fome e refutou as críticas daqueles que vêem no Fome Zero um simples programa assistencial. Sobre a Internacional Socialista, Lula disse que “não desconhecemos as heranças do socialismo do século 20. Sobretudo não podemos esquecer seus sonhos”. Mas lembrou que atualmente existe uma “outra geração de partidos”.

O congresso reúne cerca de 150 partidos filiados à Internacional Socialista – PT, partido do presidente, participa como observador e deve discutir sua filiação apenas em 2005. O partido assinou um acordo de cooperação com a organização.

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