Uma grande quantidade de lixo hospitalar foi encontrada nessa segunda-feira, 23, em Presidente Prudente, no oeste do Estado de São Paulo. Ao menos dois hospitais são suspeitos e os responsáveis serão ouvidos na semana que vem. “Descartaram o lixo a céu aberto à beira de uma estrada vicinal perto do aeroporto”, acusa André Luís Felício, de 47 anos, promotor do Meio Ambiente Urbano do Ministério Público Estadual(MPE).

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Até bolsa de sangue foi achada entre agulhas, ampolas, seringas, luvas, máscaras e outros materiais usados em hospitais. “Havia até bolsa de sangue que possui um risco grande de contaminação. Animais, como cachorros e pássaros, poderiam beber esse sangue e contaminar pessoas com alguma doença”, alerta o promotor.

Depois de afirmar que “a responsabilização deve ser exemplar”, ele lembra que as crianças também corriam riscos: “Elas poderiam se cortar com agulhas e se contaminar”. Frascos de medicamentos também foram descartados. “Encontramos frascos com algum resíduo”, explica o promotor, que considerou o descarte irregular como “muito grave”.

O promotor não quis citar os hospitais suspeitos. “Seria uma leviandade de minha parte citar os nomes (dos hospitais), porque o caso está sendo investigado e ainda não dá para saber se houve má-fé”, justifica, lembrando que os hospitais podem não ter culpa. “Eles (hospitais) podem ter gerenciado corretamente o descarte. Há a possibilidade de que uma empresa terceirizada fez o descarte irregular e nós vamos investigar isso”, explica. Se houver condenação, a pena prevista é de um a cinco anos de prisão.

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Multa

A exemplo do promotor André Luís Felício, o comandante regional da Polícia Ambiental, tenente Julio César Cacciari de Moura, de 30 anos, disse também que “não dá para fazer uma responsabilização direta aos hospitais”.

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Ele, no entanto, lembrou que a multa por crime ambiental, incluindo a contaminação do solo, é pesada:”A multa varia de R$ 50 a R$ 50 milhões”.