Lino Oviedo reúne-se com Lula e promete trabalhar para fortalecer Mercosul

Brasília – O candidato à presidência do Paraguai, general da reserva Lino Oviedo, se reuniu nesta quinta-feira (17) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que, se for eleito, trabalhará pelo fortalecimento do Mercosul.

"Aproveitei para ratificar que, se for presidente do Paraguai, seguirei fortalecendo a integração de nossos povos no Mercosul", disse Oviedo.

Segundo Oviedo, ao comunicar a decisão de concorrer a presidente do Paraguai, Lula disse que respeitará a autonomia dos países com os quais o Brasil mantêm relações diplomáticas e não declarará apoio a nenhum candidato em particular.

O candidato à presidência do país vizinho foi cauteloso ao falar a jornalistas sobre a possibilidade de rever o Tratado de Itaipu caso assuma o comando do Paraguai. "Podemos analisar o tratado e ver é preciso fazer algum ajuste, mas tenho certeza de que, se houver alguma injustiça nos preços, o governo brasileiro vai compreender e resolver da maneira mais favorável", disse.

Oviedo destacou que Lula e ele não conversaram sobre o funcionamento da hidrelétrica de Itaipu ? usina binacional dividida pelo Brasil e pelo Paraguai. O Tratado de Itaipu é um instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelo Brasil e Paraguai. Pelo acordo, o país vizinho se compromete se compromete a vender ao Brasil o excedente energético ali produzido até 2023.

O ex-general afirmou ter grande amizade e gratidão por Lula, referindo-se aos quatro anos em que permaneceu como asilado político no Brasil. Oviedo foi preso pela primeira vez em 1996, no Paraguai, acusado de golpe de estado e, mais tarde, foi condenado a dez anos de prisão. A situação dele se complicou quando investigações lançaram a suspeita de sua participação no assassinato do vice-presidente paraguaio Luis Maria Argaña, em 1999. Oviedo então saiu do país.

Nos cinco anos de exílio, Lino Oviedo viveu na Argentina e, em seguida, no Brasil. Em 2001, mesmo ano em que ganhou do asilo político no Brasil, a Justiça brasileira negou o pedido de extradição feito pelas autoridades paraguaias, alegando que o general seria vítima de perseguição política. Em 2004, o ex-general retornou ao Paraguai e entregou-se à polícia. Em 2007, conquistou a liberdade condicional.

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