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Justiça suspende reintegração de posse do Cine Marrocos

A reintegração de posse do Cine Marrocos, na região central de São Paulo, que estava marcada para ocorrer neste sábado, dia 17, foi adiada para outubro pela Justiça, após pedido feito pela Prefeitura, proprietária do imóvel.

O espaço era ocupado por cerca de 300 famílias, mas, conforme mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira, 16, cerca de 70 se recusavam a deixar o local. A Prefeitura alegou que, com a greve dos bancos, os sem-teto não conseguiram sacar o auxílio-aluguel e isso dificultaria a saída do imóvel.

A reintegração foi determinada no fim de agosto pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital. A primeira ordem para desocupar o prédio, que deveria ter sido cumprida no começo do mês passado, foi suspensa a pedido da Prefeitura porque os ocupantes do edifício ainda não tinham assistência social. O prédio será reformado para abrigar a sede da Secretaria Municipal de Educação.

No local ainda há muitos idosos, mulheres e crianças brasileiros e estrangeiros. Segundo a Missão Paz, organização da Igreja Católica que mantém a Pastoral dos Migrantes, o prédio chegou a abrigar 253 imigrantes e refugiados de 25 nacionalidades que vieram para São Paulo nos últimos três anos.

Quem já saiu foi para casa de parentes, abrigos oferecidos pela Prefeitura, outras ocupações de prédios na região ou foi morar na rua. Muitos dos ocupantes saíram temendo confronto violento com a polícia na reintegração.

Até o mês passado, a liderança da ocupação era do Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS), cujos organizadores foram presos em uma operação contra o tráfico de drogas na Cracolândia. Cada família pagava entre R$ 200 e R$ 400 por mês, dependendo das instalações ocupadas, para custear as contas de água, luz e a limpeza do prédio.

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