Justiça mantém processo contra controladores por motim

A juíza Zilah Maria Callado Fadul negou o pedido de arquivamento do processo contra três controladores de vôo suspeitos de terem liderado o motim que parou os principais aeroportos do País no dia 30 de março deste ano. O Ministério Público Militar havia denunciado seis profissionais e concluído pelo arquivamento da denúncia contra os sargentos Wellington Andrade e Edileuzo Cavalcante e o suboficial Moisés Gomes de Almeida. A juíza, no entanto, entendeu que os três também devem responder por crime de motim e encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral Militar.

A Procuradoria poderá concordar com os promotores e arquivar o caso definitivamente ou aceitar os argumentos da juíza e escolher outro promotor para o processo. "Não vimos nos autos nada da participação desses três controladores no motim. Pode ser que eles tenham participado do amotinamento voluntário, mas não vimos participação direta", afirmou o promotor militar Jaime de Castro.

Nesta sexta-feira (14), Zilah ouviu o depoimento de dois dos seis controladores denunciados. Os suboficiais Luiz Marques e Florisvaldo Salles, que trabalham no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta-1), em Brasília, confirmaram que houve ordem para suspensão de decolagens nos aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, mas negaram ter participado do movimento grevista. Segundo eles, as decolagens foram suspensas por motivo de segurança, já que o centro de controle tinha sido ocupado por dezenas de profissionais amotinados.

Os controladores são acusados de motim e quebra da hierarquia. Se forem condenados, poderão cumprir até quatro anos de prisão em regime aberto e serem excluídos da Aeronáutica. Entre os seis denunciados, há um civil, o controlador Marco Aurélio de Carvalho Espíndola. Os outros quatro acusados serão ouvidos pela juíza somente no dia 30 de outubro. "A agenda está toda ocupada" justificou a magistrada.

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