Caso Eliza Samudio

Julgamento de Bruno começa tumultuado e com três horas de atraso

Começou por volta das 12h no fórum de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte) o julgamento do goleiro Bruno e mais quatro reús acusados do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em junho de 2010.

Seis jurados que absolveram o ex-policial Bola, acusado de ter matado um carcereiro, se declararam impedidos de julgar por foro íntimo. Um já havia pedido dispensa por outros motivos e foi atendido. Dessa forma, a juiza pediu que os sete suplementes se apresentassem.

Serão sorteadas sete das 25 pessoas chamadas para compor o júri. A defesa de cada réu e a promotoria podem recusar até três jurados. O goleiro Bruno chegou ao fórum por volta das 8h45, junto com seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

O julgamento deve durar de duas a três semanas, disse o promotor Henry Wagner de Castro. Além de Bruno e Macarrão vão a julgamento o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Os três vão ser julgados por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza. Todos os réus negam a existência do crime, já que o corpo nunca foi encontrado. Também vão ser julgados por sequestro e cárcere privado a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro.

Eliza teria morrido porque queria que o ex-goleiro do Flamengo pagasse pensão para o filho, que até então ele não reconhecia. Em um vídeo feito em 2009, quando ainda estava grávida, ela dizia que Bruno ameaçou matá-la se ela não abortasse.

Pichação

Em um muro de uma escola nas imediações do fórum, foi pichado a seguinte frase: “Bruno, me diga com quem tu andas que eu te direi quem tu és”. O fórum foi todo isolado. Somente pessoas credenciadas podem entrar, já que o local é acanhado, com pouca estrutura para acomodar as pessoas. A sala do Tribunal do Júri fica localizada no subsolo.

Por conta dessa dificuldade de estrutura, os muitos advogados discutiam entre eles por causa de lugar e reclamavam com a juíza da falta de tomada para ligar computadores.

Érico Quaresma, advogado do ex-policial Bola, reclamou das 53 credenciais para a imprensa, um para cada veículo, e as 20 credenciais para estudantes de direito, contra apenas 12 credenciais para os parentes –dez dos réus e dois da vítima. Os outros 120 lugares são completados por juízes, promotores e advogados.