Brasília – Juízes de execução criminal deverão realizar, a partir de fevereiro, inspeção mensal nos estabelecimentos penais de todo o país. A determinação foi aprovada em resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em dezembro do ano passado e a Justiça tem prazo de 40 dias para se adequar e colocar em prática a determinação.

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Com as visitas, os juízes poderão detectar situações de iregularidade, como, por exemplo, casos de menores presos e de prisões em flagrante que não foram comunicadas ao juiz. ?O Poder Judiciário vai  ter melhor controle sobre a atividade prisional?, afirmou o secretário-geral do CNJ, Sérgio Tejado.

Se foram constatados procedimentos errados, o juiz irá tomar as medidas cabíveis, como determinar solturas e troca de unidades prisionais. Ele deverá ainda elaborar um relatório mensal sobre as condições do estabelecimento a ser enviado à corregedoria de justiça do respectivo tribunal.

Segundo Tejado, no caso de haver falta de pessoal, os tribunais terão que deslocar servidores para cumprir a resolução, já que se trata de uma norma legal. ?Todos os presídios têm que ser visitados, por isso, o prazo para adequação?, explicou.

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A visita dos juízes está prevista na Lei de Execuções Penais, mas nem sempre é cumprida. Com a resolução, o CNJ pretende que esse mecanismo se torne efetivo em todo o Brasil. ?A maioria dos juízes já faz essa fiscalização – o que o Conselho quer é ter um controle, uma informação sobre a efetividade dessa determinação?, disse o secretário-geral do órgão.

Outro item da resolução do CNJ é que os juízes devem compor e instalar o conselho da comunidade, a ser formado por advogados, assistentes sociais e representantes da comunidade. Os integrantes desse conselho também têm o dever de visitar os estabelecimentos prisionais, entrevistar presos e apresentar relatórios ao juiz de execução e ao Conselho Penitenciário.

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Dados do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, atualizados em junho de 2007, registram um total de 181 presídios estaduais no país. Já as cadeias públicas são 473.