Juiz Nicolau é dispensado de audiência sobre caso TRT

O juiz Nicolau dos Santos Neto foi dispensado pela promotoria para a primeira de uma série de audiências marcadas em razão da ação por improbidade administrativa que objetiva recuperar os R$ 169 milhões desviados na construção do Fórum do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Barra Funda, em São Paulo. Segundo o advogado de Nicolau, Francisco de Assis Pereira, o réu "tem sérios problemas de saúde". A ação, que corre em sigilo, foi impetrada pelo Ministério Público há 10 anos, e somente agora as testemunhas começam a ser ouvidas pela Justiça Federal. As audiências devem ocorrer durante toda a semana, mas a sentença ainda não tem prazo definido para sair. Apesar da provável morosidade, a juíza Elizabeth Leão afirma estar disposta a resolver o caso com urgência.

Outro réu do escândalo do TRT, Fábio Monteiro de Barros Filho, dono da construtora Incal, acompanhou a audiência na tarde de hoje. Mesmo relutante em falar, declarou que o prédio do Fórum Trabalhista é, por si só, "um atestado de idoneidade". Segundo Barros Filho, "o dinheiro empregado na construção está todo lá". O ex-presidente do TRT-SP Délvio Buffulin, o sócio de Barros Filho na Incal, José Eduardo Ferraz, e o engenheiro Antonio Carlos Gama e Silva, que também são réus na ação, não compareceram à audiência e foram representados por seus advogados.

Defesa

O advogado do juiz Nicolau, Francisco de Assis Pereira, alega "total inocência" do acusado. Acusa a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário de ter feito um trabalho "incompleto" e classifica o juiz como "boi de piranha". Perguntado sobre o enriquecimento rápido de Lalau durante a construção do Fórum Trabalhista, o advogado limitou-se a dizer que ele é rico desde que nasceu. "Quando o doutor Nicolau se casou, morava em mansão. E se casou com carro de luxo. Então ele não enriqueceu nada." Da última vez que o juiz enfrentou a Justiça, em maio de 2006, recebeu pena de 26 anos e meio de prisão e uma multa de R$ 1,2 milhão. Hoje, ele está em prisão domiciliar.

Voltar ao topo