O vendedor que 26 anos que disse à polícia ter sido vítima de sequestro-relâmpago e ter seu carro incendiado pelos criminosos na semana passada foi indiciado hoje por forjar o crime que descreveu.
Segundo a polícia, Marcelo Bustamante Gonçalves será indiciado por incêndio, estelionato e falsa comunicação de crime. “Já no início percebemos a farsa”, disse o delegado adjunto do 47º DP (Distrito Policial), Egídio Cobo.
Além do depoimento contraditório, as investigações mostraram que nenhuma câmera de segurança registrou abordagem de carro no local onde a suposta vítima apontou que sofreu o sequestro.
Além disso, a polícia desconfiou da descrição feita por Gonçalves quando ele afirmou que mesmo sem dinheiro os criminosos ficaram com eles por tantas horas, além de deixar os celulares com eles. “Foge da regra de um assalto deixar os celulares com as vítimas. O ladrão vai deixar o celular com a vítima para ela avisar a polícia. Não vai?”, disse o delegado.
Gonçalves admitiu à polícia que inventou a farsa para ficar com o dinheiro do seguro do carro do pai, mas nem isso ele conseguiria se seu plano desse certo. “O pai não sabia de nada e, além de tudo, a apólice de seguro não cobria incêndio. O tiro saiu pela culatra”, disse Cobo.
Daiana Pedro da Silva, 22, que estava com Gonçalves no momento do falso sequestro também foi indiciada por coautoria no crime. Eles deverão responder em liberdade.