José Rainha e Diolinda se dizem cansados de invadir

Brasília – O casal de sem-terra José Rainha e Diolinda Alves se reuniu ontem de manhã com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e depois com a senadora Heloísa Helena (PT-AL) para agradecer o apoio recebido durante o período em que estiveram presos em São Paulo. Na semana dos encontros, Rainha e Diolinda elogiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disseram que o Movimento dos Sem Terra está disposto a substituir as invasões pelas negociações no processo de reforma agrária.

“A ocupação é um método de luta pela reforma agrária. Se existe outra forma nós vamos priorizá-la. O movimento hoje tem que priorizar a produção, a educação e o assentamento das famílias”, disse Diolinda, numa descontraída conversa no gabinete da senadora e amiga Heloísa Helena.

Depois de elogiar as decisões do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal que o ajudaram a sair da cadeia, Rainha disse que está satisfeito com o plano de reforma agrária anunciado pelo governo na semana passada. Pelo plano divulgado num encontro com o MST, o presidente Lula e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, comprometeram-se a assentar 530 mil (400 famílias através da desapropriação de terras e 130 mil por meio do crédito fundiário) até o fim do governo.

“Achei legal, achei que está bom. A gente passou muito tempo sempre em números e números. A gente precisa avançar na prática e na realidade. Estou contente, esperançoso. Eu nunca perdi a esperança”, afirmou, dizendo que o mais importante é que o presidente Lula tem vontade política de fazer a reforma agrária. Enquanto o casal se reunia no Congresso, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, reuniu-se com dirigentes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para discutir e pedir apoio ao Novo Plano Nacional de Reforma Agrária, que pretende assentar 520 mil famílias até 2006. Para o ministro, o apoio da CNBB é fundamental, já que as suas ações têm ajudado a qualificar a vida do homem brasileiro no campo. O presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, manifestou apoio.

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