José Graziano liga crime à pobreza

São Paulo – O ministro da Segurança Alimentar e do Combate à Fome, José Graziano, associou diretamente a criminalidade nas grandes cidades ao fluxo migratório do nordeste e das regiões mais pobres do País. A afirmação foi feita durante encontro com empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), ontem.

Graziano fez a ligação entre os migrantes e a violência após uma fala do colega Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), que disse “estranhar” o uso difundido de carros blindados em Brasília. Furlan também admitiu que não basta “dar o peixe” para combater a pobreza no Brasil, em referência ao programa Fome Zero. Para Furlan, a inclusão social não pode ser um trabalho emergencial, mas duradouro.

Ele acredita que o grande desafio da inserção na sociedade é dar oportunidade de emprego a todos e resgatar as 50 milhões de cidadãos que vivem abaixo da linha da miséria. “Não haverá Brasil de Primeiro Mundo se isso não for cumprido. Precisamos criar empregos no País”, afirmou, durante o lançamento, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), do estudo “Criando Valor – o business case para sustentabilidade em mercados emergentes”, uma parceria entre o Instituto Ethos, a The International Finance Corporation (IFC-A Corporação Internacional de Finanças), braço do Banco Mundial (Bird) para o setor privado, e a organização SustainAbility.

Furlan relatou que, durante visita que fez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros a municípios pobres, percebeu, nitidamente, as diferenças entre os lares onde havia cidadãos empregados e onde havia desempregados. “A expressão no rosto de quem tinha trabalho era muito mais feliz”, contou.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mandou um recado ao ministro extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, criticado por ainda não ter conseguido dar forma ao Fome Zero. “Não podemos temer o erro. Ele faz parte do trabalho”, ressaltou. Furlan brincou, dizendo que quer ver Graziano, brevemente, trabalhando em outras áreas que não a ação contra a subnutrição.

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