José Dirceu diz que ministro dos Transportes não sai

Porto Alegre – O ministro- chefe da Casa Civil, José Dirceu, negou ontem que o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, deixaria o cargo. “Não existe nenhum encaminhamento, nada em relação à troca do ministro Anderson Adauto. Isso fica por conta e risco de quem está dizendo que ele vai sair”, afirmou. Dirceu lembrou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu declarações à imprensa, na semana passada, depois de um longo encontro com Adauto, deixando claro que o ministro tinha a sua confiança e a do governo. O chefe da Casa Civil ressaltou ainda que o ministro dos Transportes está trabalhando no plano de manutenção de estradas e também na duplicação de estradas, obras que contam com recursos externos.

Depois de Lula ter sido vaiado na sexta-feira em Porto Alegre por não se encontrar com populares para dar autógrafos, ontem foi a vez de colher um novo revés, desta vez do controvertido militante francês, José Bové. Depois da fracassada tentativa de encontrar-se anteontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o militante e agricultor francês José Bové decidiu mudar o tom de seus pronunciamentos em relação ao novo governo. Ontem, durante encontro com representantes de pequenos agricultores plantadores de fumo, no município de Venâncio Aires, na região central do Rio Grande do Sul e a 130 quilômetros de Porto Alegre, ele fez uma conclamação para que saiam às ruas em defesa de seus direitos, seja qual for o governo.

“Na França, já tivemos uma experiência com um governo popular”, afirmou, referindo-se ao período do presidente socialista François Mitterrand. “Percebemos que a melhor maneira de fazer com que as mudanças aconteçam é saindo às ruas, exigindo, não importa a cor do governo.” Desde sua chegada ao Brasil, na terça-feira, Bové havia feito várias referências elogiosas a Lula, que conheceu em outra reunião do Fórum Social, e manifestado esperanças em relação a seu governo.

A visita a Venâncio Aires foi organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O objetivo era apresentar as dificuldades vividas pelos plantadores de fumo.

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