Irmã de juíza diz que arrependimento de PM “não adianta nada”

Presente ao julgamento de um dos réus do assassinato da juíza Patrícia Acioli, a irmã da magistrada Simone Acioli afirmou estar “sendo horrível” para família ouvir um dos acusados narrar detalhes do crime. Ela disse não se sensibilizar com o arrependimento alegado pelo cabo Sérgio Costa Júnior.

“Espero que ele seja punido. Não tenho pena dele. Estar arrependido? Sinto muito mas não adianta nada”, afirmou Simone.

Durante o seu julgamento por acusação de matar a juíza Patrícia Acioli, o cabo da PM do Rio Sérgio Costa Júnior voltou a confessar sua participação no crime. Ele é o primeiro réu a ser submetido a julgamento, que está acontecendo nesta terça-feira no Fórum de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

No final de seu depoimento, o cabo da PM Sérgio Costa Júnior disse que se arrependeu de ter cometido o crime. “Tive cabeça fraca. Me deixei levar pela emoção e fiz o que fiz. Que se faça justiça comigo”, disse

Simone também disse à reportagem que a irmã estava muito preocupada com a situação em São Gonçalo. Segundo ela, Patrícia estava incomodando os policiais porque investigava supostas irregularidades cometidas em autos de resistência (mortes em confronto). Outro problema era que haviam retirado a sua escolta.

“Pedimos para a Patrícia deixar a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo porque ficava em uma área muito violenta mas ela não queria porque era apaixonada pela Justiça e disse que tinha que enfrentar”, disse.

O cabo acusado de matar a juíza também falou que o tenente Daniel Benitez confessou ter matado a juíza a Cláudio Luiz de Oliveira, então comandante alguns dias após o crime. Na conversa, ele ainda teria dito que cometeu o assassinato com ajuda de milicianos, e não de seus colegas de farda.

Sérgio declarou que, no entanto, não sabe se o tenente-coronel tomou providências ao saber do fato.

A irmã de Patrícia também criticou Oliveira por não ter tomado providências e acionado as autoridades quando foi informado por Benitez sobre o crime. “Ele não honrou o cargo”, afirmou.