Invasões do MST vão reduzir, diz liderança

Brasília -Um grupo de cerca de 200 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi recebido com rosas brancas, ontem à tarde, na Câmara dos Deputados. Eles participaram de sessão especial em homenagem aos 20 anos do MST e aos 19 mortos no massacre de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, em 17 de abril de 1996.

Horas antes, os sem-terra foram à catedral da cidade rezar e mostrar ao “povo brasileiro”, segundo o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues, que a palavra “infernizar”, dita pelo líder João Pedro Stédile, mês passado, foi apenas uma figura de linguagem. “Somos cristãos e queremos a reforma agrária com paz. Infernizar não é o sentimento do movimento”, afirmou Rodrigues. “Quem está infernizando o País, na verdade, é o latifúndio.”

Recuo

Durante a cerimônia, os sem-terra depositaram mais de 20 cruzes de madeira no altar da catedral. A celebração foi presidida pelo presidente da Comissão Pastoral da Terra, dom Thomaz Balduíno. Depois da missa, Rodrigues disse que “a partir de agora, as ocupações do MST – intensificadas desde o início deste mês – vão diminuir, para que os militantes possam preparar as manifestações do 1.º de Maio. “Não vão acabar as ocupações, mas não tenha dúvida que vai diminuir. A tendência dos trabalhadores é se preparar para fazer um 1.º de Maio nas capitais junto com os trabalhadores urbanos. Vamos fazer marchas, atos e preparar um grande debate com o povo brasileiro pela necessidade de mudança do modelo econômico e pela reforma agrária como forma de geração de emprego”, afirmou.

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