Indústria bélica mira Brasil como cliente em feira no Rio

Os militares brasileiros serão os mais bem tratados nos estandes da Latin America Aero & Defense (LAAD), a feira bienal do setor de defesa para a América Latina que será aberta nesta terça-feira (14) no Rio. A atenção especial se deve à expectativa da indústria bélica com a Estratégia Nacional de Defesa, elaborada pelo governo brasileiro no fim do ano passado com diretrizes para o reequipamento das Forças Armadas. Embora ainda não se saiba quando os oficiais brasileiros sairão às compras, os fabricantes de equipamentos militares vão caprichar nas demonstrações para iniciar contatos que podem terminar em bons negócios.

“Há uma grande expectativa em relação ao Brasil por causa do Plano Nacional de Defesa. Mesmo sem saber quando as compras serão feitas, o plano deu uma linha indicando o que o País precisa comprar”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo Sergio Jardim, executivo da empresa britânica Clarion, organizadora do evento. “Para os fabricantes, é uma boa oportunidade de ter oficiais de vários países no mesmo lugar. A compra efetiva nesse tipo de mercado leva meses de conversas, envolve autorização dos países, além de sigilo. Mas a feira pode ser um importante ponto de partida.”

Durante quatro dias, cerca de 320 expositores de 30 países mostrarão protótipos, simuladores e exemplares de produtos militares que vão de armas e equipamentos de uso individual a softwares, mísseis, tanques e aviões. As três finalistas do processo de compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira – Boeing, Dassault e Saab -, estão entre as empresas com maior espaço no pavilhão ocupado pelo evento no Riocentro.

Durante o evento será realizado um seminário com palestrantes de vários países aberto pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar os estandes. Restrito a oficiais dos países participantes, haverá ainda um simpósio de logística militar.