O recorde no índice de formalidade foi o destaque no desempenho do mercado de trabalho no País em 2007, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE. O desempenho registrado no ano passado mostrou a continuidade na trajetória de evolução positiva do emprego, com queda na taxa de desocupação e alta no rendimento dos trabalhadores.

continua após a publicidade

Segundo os dados da Pnad, o porcentual de trabalhadores com carteira assinada no total de ocupados no Brasil chegou a 35,7%, o maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992. Apesar dos avanços, 8,1 milhões de pessoas ainda estavam desempregadas.

Em 2006, o porcentual de empregados com carteira era de 34,3%. A gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, explica que o aumento da formalização foi puxado especialmente pelo ganho de vagas na indústria, o segmento do mercado de trabalho que mais contrata com carteira assinada. Ela cita também o aumento da fiscalização do Ministério do Trabalho como um dos motivos para o crescimento.

O gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, destacou que o aumento das ocupações formais já vinha sendo revelado nas principais regiões metropolitanas e, como mostra a Pnad, é um fenômeno que abrange todo o País. A pesquisa mostra também que, entre 2006 e 2007, o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 6,1%, com destaque para a região Nordeste, onde o crescimento foi de 8,5%.

continua após a publicidade

No que diz respeito aos empregados sem carteira, no total do País houve uma queda de 0,7% de 2006 para 2007 mas, para os analistas da Pnad, o contingente de 20,6 milhões de trabalhadores sem carteira “ainda é elevado”.

Rendimento médio

continua após a publicidade

O aumento do rendimento médio real no Brasil no ano passado foi bastante diferenciado regionalmente, o levantamento do IBGE. Enquanto, na média nacional, houve alta de 3,2% na renda dos trabalhadores, para R$ 960, no Centro-Oeste a alta foi muito superior no período, de 8%, enquanto no Sudeste foi bem menor, de 1,9%.

Segundo Cimar Azeredo, a renda do Centro-Oeste foi puxada pelo reajuste do funcionalismo público, com forte influência no Distrito Federal, e também pelo agronegócio. Enquanto a renda média no País era de R$ 960,00 em 2007, no Centro-Oeste chegava a R$ 1.139,00, quase duas vezes maior do que a renda média real do Nordeste (R$ 606,00, com aumento de 2,2% ante 2006).

No Sudeste, a renda média mensal do trabalho chegou a R$ 1.098 00, enquanto no Sul do País, a renda média somou R$ 1.065,00 – alta de 3,8% ante o ano anterior – e na região Norte, R$ 784,00, com alta de 5,7%.

Bens de consumo

A posse de bens duráveis – como fogão, televisão e geladeira – aumentou mais para os domicílios com renda mais baixa entre 2004 e 2007, segundo mostram dados da Pnad.

O porcentual de domicílios com fogão no País aumentou de 97,5% para 98,1% no período, ou 0,6 ponto porcentual mas, para os domicílios com renda até três salários mínimos (até R$ 1.245), a fatia passou de 95,6% para 97%, com acréscimo de 1,4 ponto porcentual.

No caso do acesso a geladeira, enquanto para todas as rendas o porcentual chegou a 90,8% dos domicílios em 2007, com avanço de 3,4 ponto ante 2004, nos domicílios com renda até três salários o porcentual com esse bem de consumo passou de 77,5% para 84,4%, com alta de 7,2 ponto porcentual.

Situação similar ocorreu com os televisores. No caso do total das rendas subiu de 90,3% para 94,5%, sendo que nas famílias com renda de até R$ 1.245 o avanço foi de 83,2% para 90,9%.