Ibama já culpa greve por maior desmate na Amazônia

No início do período mais crítico de atividade das motosserras na Amazônia, quando param as chuvas na região, a greve de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciada em 12 de abril foi acompanhada de sinais de aumento de abate da floresta, segundo órgão ambiental do governo. “Infelizmente há uma relação entre o aumento do desmatamento e a greve, que acabou atrapalhando as operações”, disse o coordenador de fiscalização do Ibama, Roberto Cabral Borges.

No ano passado, a Amazônia apresentou o menor índice de desmatamento da história. Neste ano, além da greve, há duas preocupações extras no radar: o já tradicional aumento do desmatamento em anos eleitorais – quando os governos estaduais e municipais fazem vista grossa para não perder votos – e o ritmo mais acelerado da economia, que pressiona a fronteira agrícola no norte do País.

Porém, a falha na fiscalização já é um fato consumado. Das 60 operações planejadas para abril na região, apenas uma saiu do papel, ao lado de uma segunda operação, extra. Entre as 56 operações previstas para maio, quase 30 foram suspensas e 17 aconteceram ou ainda estão em curso. “Não dá para mensurar o dano, mas com certeza houve prejuízo”, afirmou Borges.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deve divulgar até o início da próxima semana os dados acumulados captados pelos satélites desde o início de março. O Ibama trabalha com alertas preliminares apurados pelo mesmo sistema de detecção de desmatamento em tempo real, o Prodes, e encaminhados de forma reservada, para orientar a ação dos fiscais.

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