O uso de boias para conter a contaminação das praias de Pernambuco pelo óleo que poluiu o litoral do Nordeste provocou uma divergência entre o governo estadual e o Ibama. Olivaldi Azevedo, diretor de proteção ambiental do órgão federal, disse que as boias são ineficientes para conter o avanço da mancha e que o governo federal busca alguma “tecnologia diferente” para lidar com a situação.

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A força da maré fez manchas de óleo voltarem a aparecer no litoral pernambucano nos últimos dias. Mais de 20 toneladas do produto, que se espalhou desde o Maranhão até a Bahia, já foram retiradas das praias de Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Há pelo menos dez dias, o governo federal enfrenta um imbróglio judicial para fornecer e instalar as boias de contenção. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação para que a União fizesse a proteção.

“Tinha uma liminar para colocarmos as barreiras em 24 horas. Colocamos e mostramos que são ineficientes. Soaria como irresponsabilidade do órgão ambiental em não se empenhar em colocá-las, mas na maioria dos locais elas não têm efeito positivo nenhum”, disse Azevedo durante entrevista coletiva neste domingo, 20.

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José Bertotti, secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, discordou da afirmação de Azevedo e defendeu que o governo federal forneça as boias de contenção. “Se as barreiras não são 100% eficientes, elas podem ao menos minorar o problema. Vamos continuar perseguindo a colocação das boias, porque, se elas não conseguem conter todo o óleo, ao menos reduzem a quantidade de resíduo que chega às praias. Queremos que sejam colocadas em todas as portas de estuário”.

Além de cobrar do governo federal recursos ou o envio das barreiras, Bertotti também exigiu que a União envie equipamentos de proteção individual (EPI) para quem está fazendo a limpeza nas praias e para o recolhimento e descarte adequado dos resíduos. “A Praia de Carneiros está sem barreira, mas redes de pesca que foram colocadas para evitar que esse óleo volte a chegar à praia que foi limpa em menos de três horas por 200 pessoas. Até agora não recebemos nada do governo federal, é tudo recursos do Estado”, disse.

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