Hopi Hari é condenado a pagar R$ 500 mil por revista íntima

O parque de diversões Hopi Hari foi condenado pela Justiça do Trabalho de Jundiaí (a 58 km de SP) a pagar R$ 500 mil de indenização por danos morais coletivos por supostamente ter submetido trabalhadores a uma revista íntima e à revista de armários, bolsas e outros pertences. A empresa nega a prática.

A ação foi movida pelo Ministério Público do Trabalho em Campinas (a 93 km de SP), que recebeu denúncia de um trabalhador do parque dizendo que foi submetido à revista íntima que quase o deixou nu, além de ter sido acusado de roubar o caixa do parque porque tinha com ele R$ 14 em dinheiro. Como não tinha R$ 450 para pagamento da fiança, o trabalhador permaneceu preso por quatro dias, de acordo com o MPT.

O procurador Ronaldo Lira esteve no parque na época da denúncia e obteve relato de outros trabalhadores, que disseram que a revista consistia em “abrir ou retirar as roupas para exibição de partes do corpo, inclusive partes íntimas, verificação interna de bolsos, retirada de sapatos, palmilhas e meias”, segundo a assessoria do MPT. A assessoria não foi localizada para especificar a data em que a denúncia foi feita.

De acordo com o inquérito, todos os dias a segurança do parque realizava a revista em pertences dos trabalhadores como bolsas, sacolas, pacotes, carteiras e outros.

Ainda segundo a assessoria do MPT, no ano passado o órgão firmou acordo com o Hopi Hari, que se comprometeu a eliminar a revista íntima e de pertences dos trabalhadores, o que foi feito. Para reparar o dano moral, no entanto, o órgão fez uma proposta que foi rejeitada e, por isso, entrou com o pedido na Justiça. O Hopi Hari informou que já recorreu ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

O parque informou, em nota, que foi surpreendido pela condenação em uma ação que ainda não teve o mérito julgado. Disse ainda que “não pratica e nem nunca praticou revista íntima em seus colaboradores e que, inclusive, repudia tal procedimento”.

De acordo com a nota, o parque segue rigorosos padrões internacionais de qualidade e segurança, tendo em vista inclusive “proporcionar um ambiente de trabalho favorável e prazeroso aos seus colaboradores”.

O parque diz que opta por realizar uma “vistoria moderada de pertences, na qual não há, em hipótese alguma, nenhum tipo de contato físico entre as partes”, agindo em conformidade com leis e normas para garantir a tranquilidade e a segurança de visitantes e colaboradores.

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