A Polícia Civil da Bahia investiga uma morte e 80 casos registrados de intoxicação alimentar de pessoas que comeram numa churrascaria de Salvador (BA) na última semana. O local foi interditado.
A família do pedreiro Edson de Araújo, 53, diz não ter dúvidas de que ele morreu anteontem por causa de “algum alimento estragado” da Churrascaria e Pizzaria do Galego, no bairro de Itapuã, onde “era frequentador assíduo”, segundo o irmão da vítima, Daniel.
“Ele começou a se sentir mal logo depois do almoço lá [na segunda-feira, 26], vomitou muito, perambulou por unidades de saúde da cidade, sempre sendo liberado em seguida, e foi enterrado no sábado.”
O laudo cadavérico diz que a causa da morte é “indeterminada”. A polícia solicitou ao IML (Instituto Médico Legal) uma nova perícia no corpo, para verificar se houve ou não intoxicação. O prazo para a conclusão do trabalho é de 30 a 90 dias.
A Vigilância Sanitária interditou o estabelecimento, cujo “prato completo de churrasco”, com direito a feijão fradinho, arroz e salada, sai por R$ 10.
De acordo com o órgão, os 80 casos de pessoas com indisposição foram registrados em cinco hospitais soteropolitanos, desde o dia 26. Todas disseram ter comido na churrascaria. Ao menos três continuam hospitalizadas.
A delegada Dilma França diz que a delegacia de Itapuã registrou oito ocorrências ligadas ao caso nos últimos sete dias. A polícia vai ouvir testemunhas e aguardar o resultado da perícia.
Outro lado
O dono da churrascaria, José Pereira Filho, 28, afirma estar ajudando nos gastos para o tratamento de quem o procura.
Apesar disso, diz que o problema nunca ocorreu em nove anos de funcionamento e que não há relação entre a morte, os casos de intoxicação e a alimentação servida.
“Os exames no rapaz e na comida que foi recolhida aqui vão provar que estou sendo alvo de boatos. Todos terão de pedir desculpas para mim depois”, disse o proprietário.