Guerra nas favelas deixa 21 mortos

Rio – A guerra entre traficantes voltou a aterrorizar favelas do Rio, desta vez na Baixada Fluminense e em Vigário Geral (bairro na divisa do Rio com a Baixada). Em três confrontos, 21 pessoas morreram. Na madrugada de anteontem, traficantes da favela Parada de Lucas, que são do Terceiro Comando, invadiram a favela de Vigário Geral, dominada pelo Comando Vermelho. Para tomar a favela de volta, os traficantes do CV chamaram aliados de outras favelas para ajudá-los.

Os cerca de cem traficantes conseguiram retomar o comando em Vigário Geral, mas foram surpreendidos pela polícia quando saíam da favela. Houve tiroteio, onde três supostos traficantes morreram. Outras seis pessoas, entre elas um policial militar, ficaram feridas. O policial foi baleado no ombro e na perna, e passa bem. As outras vítimas ainda não foram identificadas.

Em poder dos traficantes, a polícia apreendeu dois fuzis, uma pistola calibre 40, um revólver calibre 38, uma granada e três carros roubados. Durante a invasão de ontem, sete traficantes foram capturados pelos inimigos. Os corpos apareceram boiando ontem no rio Sarapuí. Vigário Geral ficou conhecido em todo o País há dez anos quando 21 moradores foram executados por PMs. Eles agiram por vingança, porque quatro policiais haviam sido assasinados por traficantes na véspera. Entre os acusados, cinco policiais foram condenados, 18, absolvidos e cinco, mortos. Outros três ainda serão julgados.

Uma chacina também ocorreu numa favela de Belford Roxo na madrugada de sábado para domingo onde 11 pessoas foram mortas, porém, não há registro do crime na delegacia local. Policiais militares afirmam que souberam do caso, mas por relatos de moradores, que confirmaram a história. A favela é comandada pelo Terceiro Comando. Segundo os moradores, membros do próprio TC, que estavam presos e alijados do poder, voltaram para tomar a favela. O tiroteio entre os bandos teria causado as mortes.

Enquanto isso, o prefeito Cesar Maia (PFL), defendeu que o governo estadual espalhe atiradores de elite nas vias expressas e avenidas vulneráveis à ação do crime, para impedir os comboios de bandidos, conhecidos como “bondes”. “Quando levarem uma bala com alto poder explosivo, os bondes não vão andar com a tranqüilidade que andavam anteriormente”, disse Maia. Sem citar o local onde a medida foi tomada, o prefeito disse que já foram usados atiradores quando um batalhão da Polícia Militar foi ameaçado por bandidos. “Os atiradores foram posicionados e a afronta acabou”, afirmou.

Maia disse que o fato de os bondes se movimentarem livremente aumenta a sensação de insegurança. “Existe quase um passe livre para os bondes e essa movimentação tem que ser respondida à bala para que os bandidos saibam que quem corre risco são eles.”

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