Grampos revelam corrupção na Polícia Federal

São Paulo – Interceptações telefônicas determinadas pela Justiça Federal registram conversas freqüentes entre policiais federais, advogados e empresários de São Paulo com várias citações a juízes. Parte das gravações revela tensas negociações em busca de uma saída para tentar livrar da prisão o dono do Grupo Petroforte, Ari Natalino da Silva, apontado como um dos maiores fraudadores de combustíveis do País. Um agente da PF, que visitou Natalino no Hospital Albert Einstein, em março, teria exigido US$ 1 milhão para “resolver o caso” na Justiça.

As conversas constam de relatório confidencial da Polícia Rodoviária Federal, que fez os grampos em parceria com a Procuradoria da República. O documento foi anexado aos autos TRF que apontam as ações de uma suposta “organização criminosa” envolvendo delegados federais, empresários e advogados em esquema de facilitação de contrabando, tráfico de influência, corrupção, prevaricação, lavagem de dinheiro e venda de sentenças a contrabandistas, doleiros e empresários processados.

Os juízes João Carlos da Rocha Mattos, Casem Mazloum e Ali Mazloum são acusados formalmente pelo Ministério Público Federal (MPF) de formação de quadrilha. Casem é citado por tráfico de influência e falsidade ideológica. Os três juízes negam ligações com o grupo de oito pessoas presas pela PF na quinta-feira, resultado da Operação Anaconda, e se dizem “vítimas de uma armação” de procuradores federais.

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