“Graças a Deus eu saí” da Infraero, diz brigadeiro

O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que, após a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, procurou o então ministro da Defesa, Waldir Pires, para dizer que estava na hora de deixar o cargo, mas, como era outubro, o então ministro pediu que esperasse o ano terminar. "Graças a Deus eu saí. E o Gaudenzi (novo presidente da Infraero) tem condições de fazer o que eu não tive condições de fazer", disse.

"E a coisa foi sendo levada, e eu fiquei até agora. Mas, também, eu não podia sair no meio de uma crise, porque ia agravar a situação", acrescentou. Pereira afirmou que sua permanência no comando da estatal foi por pouco tempo e durante um período de transição entre o primeiro e o segundo mandatos do presidente Lula. Ele explicou que o cargo lhe foi transmitido pelo ex-deputado Carlos Wilson (PT-PE) durante o período de campanha eleitoral. "Então, não cabia a mim fazer mudanças extensas na empresa. Era só encerrar o mandato de Carlos Wilson", afirmou o brigadeiro.

"O brigadeiro declarou-se favorável à implantação do controle do setor de aviação civil por entidades civis. Disse que sempre foi contrário ao controle do setor pelos militares: "Sempre tive grande esperança na criação da Anac. E tentamos conviver juntos." O ex-presidente da Infraero criticou a falta de um "plano aeroviário" para o País. Observou que fazer esse plano é atribuição legal da Anac, mas defendeu a transferência dessa competência para o Ministério da Defesa, que a desempenharia em conjunto com outros órgãos. "É preciso um comando único para que as coisas funcionem. Quando era tudo militar, havia o ministro da Aeronáutica, que comandava tudo e era obedecido na hora", lembrou Pereira.

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