Governo de SP arquiva plano de reajuste da Casa Militar

O projeto de aumento da gratificação da Casa Militar (CM) do gabinete do governador José Serra foi engavetado. A ordem partiu do secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, depois de o jornal O Estado de S. Paulo ter revelado ontem o plano que recriava distorções salariais – elas fariam um cabo da CM que trabalha na portaria do Palácio dos Bandeirantes ganhar mais do que um tenente que combate o crime nas ruas de Jales. Horas antes, o governador havia dito que não sabia da existência do projeto. "Eu não vi projeto nenhum, não tinha chegado a mim e só soube pelo jornal. Pelos termos em que está no jornal eu não sou a favor", afirmou Serra.

O chefe da Casa Civil negou que tivesse sinalizado ao secretário-chefe da CM, coronel Miguel Libório Cavalcante, que concordava com o aumento – versão apurada pelo Estado com oficiais da PM. Aloysio, segundo sua assessoria, não havia recebido o projeto da CM, apesar de ele ter sido enviado no dia 5 de julho pelo chefe de gabinete da CM, major Eduardo Esposito, para a Casa Civil. A exemplo do governador, o secretário alegou ter sido informado pelo Estado sobre o proposta de reajuste da gratificação da CM.

Pelo projeto defendido pelo coronel Libório, a gratificação dos 472 militares e 12 civis que trabalham na CM teria reajustes de 0,23% (tenente-coronel) a 30,8% (soldados). Assim, um soldado da CM passaria a ganhar R$ 2.970, enquanto o soldado que combate o crime em cidades com até 50 mil habitantes, como Jales, recebe R$ 1.240 – na capital o salário é de R$ 1.909. O tenente de Jales ganha R$ 3 mil. Com o aumento da gratificação, o cabo da CM passaria a receber R$ 3.068.

O coronel Libório justificou sua pretensão dizendo que o aumento serviria para equiparar a gratificação da CM com a de outras assessorias militares, como as da Assembléia Legislativa e da Prefeitura de São Paulo. Mas o chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa, coronel Antônio dos Santos Antônio, disse que recebe gratificação igual à de Libório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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