Governadores tucanos debatem emendas

São Paulo – Sete dos oito governadores do PSDB, dirigentes partidários e as bancadas federais do partido -62 deputados e dez senadores -, reúnem-se hoje em Brasília para discutir as emendas tucanas às propostas de reforma tributária e da Previdência. Além de tentar unificar o discurso em relação a essas mudanças, que devem ser votadas até o fim do ano, a legenda deve também abordar um tema interno, bem mais delicado: a situação da sigla no cenário político nacional.

“Com a morte do governador Mário Covas (de São Paulo), em março de 2001, e o final do segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano passado, encerrou-se um ciclo político no PSDB”, disse o deputado estadual Edson Aparecido (SP), presidente da agremiação no Estado. “É isso que o partido discute hoje, que precisamos definir o que queremos e montar a estratégia; o momento de organizar o partido é agora, mas esse é um trabalho que tem de envolver todos.”

Divergências

É nesse ponto – o envolvimento de todos com uma estratégia única -, que começam as divergências. Enquanto os governadores deram apoio irrestrito aos projetos federais de reformas, os parlamentares estão divididos. Os tucanos mais agressivos cobram coerência do governo do PT e ameaçam punir os colegas de ninho mais permeáveis às proposições governistas; os adesistas, apelidados de Grupo dos 12, cresceram, são quase 20 e pensam até em fundar um novo partido. Consenso, só no óbvio: o PSDB acredita que o PT tomou as bandeiras tucanas e, entre atônito e orgulhoso, espera que as modificações sejam aprovadas para ver a que veio a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O partido ficou surpreso porque o PT assumiu parte de suas bandeiras; isso criou um certo espanto”, disse o chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo, Arnaldo Madeira. “A grande virtude do PSDB é que nós não mudamos o discurso por estarmos na oposição: somos a favor das reformas.” Na avaliação de Madeira, ex-líder do governo na Câmara dos Deputados durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e um dos mais próximos interlocutores dele, ao defender a aprovação das alterações, a legenda reforça a coerência.

“O partido nasceu na oposição, foi situação e, agora, está na oposição de novo”, relembrou o chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo.

Fiesp desaprova projeto

São Paulo

– A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) comunicará em breve a desaprovação ao texto da reforma tributária enviado no início do mês ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou hoje um dirigente da entidade. O dirigente da Fiesp disse que os diretores da federação avaliaram que “o projeto está longe de satisfazer o setor produtivo”.

“O texto não mexeu em nenhum aspecto básico; 70% dos impostos continuam incidindo sobre a produção e o consumo, não há desoneração de investimentos e não há ampliação da base de tributação”, afirmou o empresário, que prefere manter o nome em sigilo.

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