Brasília – O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), pediu ontem ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que o governo federal faça uma intervenção branca no Estado, alegando que não consegue administrar por causa da interferência da Assembléia Legislativa. Segundo o governador, Bastos respondeu que poderia mandar uma força-tarefa ao Estado, como foi feito no caso do Espírito Santo. “Coloquei ao ministro a decisão sobre uma intervenção federal. Se ele achasse que a solução mais acertada seria essa, a União poderia intervir. Mas ele ponderou que não”, disse Cassol, que tem apoio de apenas dez dos 24 deputados estaduais e alega estar sendo pressionado pela Assembléia Legislativa.
Cassol aponta como seu principal adversário, o deputado estadual Natanael Silva (PPB), a quem recebeu domingo, em sua residência oficial. “O deputado foi à minha casa para me intimidar a assinar sua nomeação para conselheiro do Tribunal de Contas”, afirmou o governador. “Ele disse que, se não fosse nomeado, poderia me considerar seu inimigo. Eu aceitei ser seu inimigo.” O Ministério da Justiça não pretende fazer uma intervenção branca de imediato. Bastos deverá se encontrar com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, com o objetivo de discutir o assunto. Para Cassol, a situação política no Estado lembra a de Espírito Santo, onde há evidências de que o narcotráfico se infiltrou nos poderes públicos.