Genoino declara: PT não pode ter oposição interna

São Paulo – O presidente nacional do PT, José Genoino, fez ontem duras críticas à chamada ala radical do partido e disse que “eles são livres para fazer oposição em outro partido”. Diante de uma platéia de estudantes da Universidade São Judas Tadeu, na zona leste de São Paulo, Genoino citou as manifestações realizadas contra as políticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente à reforma previdenciária, feitas pela senadora Heloísa Helena (AL) e pelos deputados federais João Fontes (SE), Luciana Genro (RS) e João Batista de Araújo, o Babá (PA).

Segundo Genoino, as atitudes da senadora e dos deputados são características de “adversários” e demonstram “individualismo”. “Durante a campanha eleitoral, todo mundo fica no paz e amor, porque (o partido) carrega muitos votos. Mas depois da campanha somos inimigos, isso não está certo”, reclamou. Segundo Genoino, os radicais só querem o “bônus” de se integrar às fileiras da legenda. “Durante a eleição, a figura do PT é boa, o 13 é bom, a estrela é boa, mas depois (os radicais) não querem mais saber.” Ele afirmou que todos os congressistas são livres para debater, mas são obrigados a votar com a bancada.

No dia 28 de junho, o Conselho de Ética do PT se reunirá para analisar o processo de expulsão de Heloísa Helena e dos deputados Babá e Luciana Genro.

PDT

O presidente do PT afirmou ainda que as críticas feitas pelo PDT ao governo Lula e a iminente troca de legenda do ministro das Comunicações, Miro Teixeira, para o PMDB, não afetam o governo ou a base aliada no Congresso. “Não temos contrariedades, não temos estresse, nem desequilibra a base do governo. Foi uma escolha que o PDT fez. Cada partido é maduro para escolher seu caminho e nós sempre tivemos uma relação atritada com o PDT do Brizola.”

Juros

Apesar de dizer que não fala pelo governo, o presidente nacional do PT afirmou que o País ainda não tem as condições ideais para a redução da taxa básica de juros. Genoino negou que a taxa Selic, atualmente em 26,5% ao ano, poderá ser reduzida em decorrência das pressões provenientes de diversos segmentos da sociedade. “O juro não vai baixar por um decreto nem por uma declaração. Não adianta baixar o juro hoje e elevar amanhã”, ponderou.

Segundo o presidente do PT, Lula “não marcou uma data para baixar os juros” e que o governo está trabalhando para mudar a economia e promover um crescimento sustentável. “Ele (Lula) não marcou data para baixar a taxa de juros, porque ninguém é louco de fazer isso”, disse.

A taxa Selic é determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O comitê tem reunião agendada para amanhã e quarta-feira, onde será decidida a trajetória dos juros.

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