Foto: Agência Brasil

Segundo o general, exército não tem reação a ninguém.

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O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, disse ontem que houve "deturpação" da Ordem do Dia distribuída às unidades militares, alusiva ao 42.º aniversário do movimento militar de 31 de março. Ele disse que o texto da nota foi apresentado e aprovado pelo vice-presidente e então ministro da Defesa, José Alencar, há 15 dias.

O comandante do Exército ressaltou que o seu objetivo com a nota "foi falar da participação do Exército na história do Brasil desde Guararapes e enaltecer a conciliação e a democracia". Segundo Albuquerque, o vice-presidente Alencar não só viu a nota como "não viu nada demais nela". O comandante não disse, mas, segundo informações obtidas no Planalto, Alencar falou com Albuquerque ontem e o apoiou, reconhecendo que a nota foi de "entendimento, de compreensão e de colocação de 64 inserido no Exército e na história do País".

"Não estão querendo entender a nota. Não falamos só de 31 de março. Falamos da história. A nota é clara. É de integração, de união, de busca de conciliação da sociedade. Enaltecendo a democracia", comentou. "Se estou falando e exaltando a democracia, não poderia haver incoerência", disse, ao ser lembrado que foi dada tal interpretação porque, nesse período em que vigorou o regime militar, o País viveu sob um regime fechado e que a nota falava em orgulho do passado. "Como pode caminhar nesta direção se estou falando em democracia? A nota está sendo deturpada. Qual a conotação que se estão querendo dar? Que estou tentando enaltecer atitudes diferentes? Não é isso."

O general Albuquerque comentou que não está pedindo desculpas pela nota. "Até porque estou falando em democracia e conciliação. É isso que quero que seja ressaltado. Não pode ficar a idéia que fiz a nota e a estou justificando. O que estou ressaltando é o lado que quero que a sociedade entenda que falo de democracia e não que fiquem explorando ou deturpando, usando um outro lado. Isso é deturpar. Falo da história como um todo, daí a querer deturpar dizendo que estou enaltecendo o lado que houve algum problema é deturpar", declarou.

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O comandante do Exército fez questão de ressaltar ainda que, quando a nota foi elaborada, há mais de 15 dias, nem sequer se sabia quem seria o novo ministro da Defesa e, portanto, não se pode fazer nenhuma relação disso com a designação do novo ministro, Waldir Pires.

"O Exército recebe qualquer que seja o ministro. Cada um tem seu passado. O Exército não tem reação de ninguém, absolutamente", comentou o comandante, ao ressaltar que o novo ministro já sabe que não há nenhuma reação a ele. "Quero que ele venha, que tenha sucesso e terá toda a nossa colaboração, como sempre.? 

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