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Gastos com prevenção de acidentes naturais são negligenciados, diz economista

O economista Carlos Eduardo Young, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concedeu entrevista para falar sobre as consequências dos desastres naturais no Brasil e o que pode ser feito para minimizar os danos. Veja a seguir os principais trechos.

O que o Brasil precisa fazer para evitar ter tantos gastos com desastres naturais?

É preciso gastar como se houvesse amanhã. É a primeira regra. Os custos associados a desastres são de duas naturezas: os preventivos e os emergenciais. Só que a gente negligencia os preventivos e acaba fazendo um estrago com os emergenciais que, além de serem maiores, não conseguem resolver o problema nem evitar que ele ocorra de novo. Feitos na correria, tendem a ser mal gastos. Vamos empurrando com a barriga, à espera do acidente e aí temos perdas irremediáveis, inclusive de vidas. Tem de incorporar medidas de risco no planejamento

Que tipo de preparo deveria estar sendo adotado?

Não é nada de novo que a gente já não esteja cansado de fazer. As cidades não podem concretar beira de rio, impermeabilizar tudo, deixar os rios poluídos, com resíduo sólido, com leito impermeabilizado. Se a água não tem onde infiltrar, vai correr para o rio, que vai alagar. A lei brasileira exige que as cidades façam seus planos de redução de risco de desastres naturais, mas poucas têm e são justamente as que já têm mais condições de lidar com o desastre. Com isso, vamos persistindo com a desigualdade, não só de renda, mas de exposição ao risco.

Isso tende a piorar num futuro com mudanças climáticas?

O passivo ambiental de hoje será o passivo fiscal de amanhã. Os governos serão demandados a reconstruir mais, a dar mais assistencialismo para as pessoas afetadas. Não investir em prevenção é uma economia porca. As mudanças climáticas vão piorar as contas públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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